Antigo avançado avançou em dezembro com a sua candidatura à presidência da Confederação Brasileira de Futebol, mas desistiu dessa corrida devido à falta de apoio das federações estaduais
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Ronaldo Nazário anunciou esta quarta-feira a sua desistência da candidatura à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O antigo avançado brasileiro, campeão mundial em 1994 e 2002 e bicampeão da Copa América (1997 e 1999), de 48 anos, pretendia concorrer contra o atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, cujo mandato dura até 2026, mas desistiu dessa intenção devido à falta de apoio das federações estaduais do seu país.
Através das suas redes sociais, “R9” explicou que essa falta de apoio o impediu de apresentar o seu projeto de candidatura ao eleitorado, pelo que se retirou da corrida à liderança do organismo que tutela o futebol brasileiro.
“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF nas próximas eleições, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião. Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do desporto nos seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada”, começou por explicar.
“No entanto, no meu primeiro contato com as 27 federações, encontrei 23 portas fechadas. As federações recusaram-se a receber-me nas suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo”, lamentou.
“O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções. Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e continuo a acreditar que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união”, finalizou Ronaldo.
O eleitorado da CBF é formado pelas 26 federações estaduais e a do Distrito Federal, sendo que o “Fenómeno” precisava do apoio de pelo menos quatro dessas associações e de quatro clubes para poder ser considerado candidato, o que não conseguiu.