Ronaldo "Fenómeno": o FC Porto viu-o primeiro, mas valor pedido era "loucura"
O FC Porto até o viu primeiro mas não tinha como entrar na corrida. Aos 16 anos, o futuro Fenómeno já custava uma fortuna.
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Vinte cinco anos depois de ter sido melhor marcador da Eredivisie (liga holandesa), Ronaldo Nazário é tema de polémica nos agora Países Baixos.
Postos em causa estão o tempo em que foi feita a contratação e a quantidade de dinheiro que o PSV Eindhoven desembolsou. Sem necessidade, diz agora um alegado descobridor. Ao mesmo tempo, em Espanha destapam outra história sobre o dia em que, na mesma incerteza do Ronaldo ainda menino, o Atlético de Madrid tinha aquele que viria a ser o Fenómeno à mercê e preferiu o colombiano "El Tren" Valência.
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O que não está contado em nenhum dos casos foi que o FC Porto poderia ter estado à frente, mas numa primeira abordagem, assim ao modo de ver o que dava. O número inicialmente lançado foi desmobilizador. Em 1993, dar 350 mil contos [1,75 milhões de euros] por um miúdo de 16 anos era dinheiro a mais. Uma loucura!
Para se ter um termo de comparação da realidade do futebol português, em 1990, apenas três anos antes, o FC Porto pagou 180 mil contos (ao câmbio da altura andaria pelos 900 mil euros) ao Barcelona pela contratação de Aloísio, um jogador feito, internacional brasileiro, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Seul'88. No mesmo ano, o búlgaro Kostadinov um craque em quem a Europa já reparava, custara 200 mil contos (cerca de um milhão de euros e que terá equivalido ao tempo a cerca de um milhão de dólares). Pagar quase o dobro do que custara Aloísio por um miúdo era demasiado. Aloísio e Kostadinov representavam um esforço enorme, só possível porque o FC Porto tinha vendido Rui Barros à Juventus pela exorbitância de um milhão de contos (5M€).
O Cruzeiro esteve nas Antas em 1993 e toda a gente falava do craque Renato Gaúcho, mas o treinador era Carlos Alberto Silva, que passara as duas épocas anteriores no FC Porto e atestava a qualidade do menino, mas o preço era proibitivo. O Cruzeiro fez ainda um particular com o Belenenses, cabendo o emblema da Cruz de Cristo sofrer o primeiro golo assinado pelo candidato a fenómeno num jogo internacional.