Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, compreende a entrevista concedida pelo craque a Piers Morgan.
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Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, abordou esta sexta-feira a polémica em torno de Cristiano Ronaldo, despoletada pela entrevista concedida a Piers Morgan.
"Sou suspeito para falar do Cristiano Ronaldo, gosto muito dele e de pessoas frontais. Chega a uma altura em que alguém tem de tomar a iniciativa e o Cristiano foi ele próprio, colocou tudo em pratos limpos. Estar lá a fingir, a ser hipócrita... O clube não se portou bem com ele. Eu gosto de coisas claras, o Cristiano é claro, podemos não gostar da maneira de ser dele, mas ele tomou a iniciativa. Estar a viver um casamento numa paz podre não fazia sentido", afirmou, à margem da Thinking Football Summit, que decorre no Porto.
"O Cristiano é um ser humano especial e muito frontal. Resolveu um assunto que tinha de ser resolvido. Gosto da sinceridade do Cristiano, do profissional que é, do ativo que é para o futebol português. É sobretudo alguém que sabe o que quer e não tem meias palavras. Às vezes na vida temos de tomar decisões para seguirmos em frente, foi o que ele fez. Foi claro, transparente, gosto da maneira dele resolver as questões. Ele resolveu um assunto que estava a ganhar raízes que não era bom para ninguém", prosseguiu.
Evangelista não acredita que a intervenção vá influenciar negativamente o capitão da Seleção Nacional dentro do relvado. "Não, pelo contrário. É nos momentos difíceis que se supera, dá o exemplo e mobiliza os demais. Já se viu pelo discurso dos colegas que estão todos com ele. É muito importante ter um fator agregador que pode ser esse para a Seleção Nacional. Não tenho dúvidas que ele se irá superar e quer fazer o melhor pela Seleção", observou.
A relação profissional com o United, essa, parece perto do fim. "Acho que isso é óbvio. Ele disse claramente ao que vinha. Compete a ele escolher o seu futuro e quer disputar ainda o Campeonato da Europa, rapidamente vai resolver essa questão. No Direito há uma frase que mais vale um mau acordo que uma boa demanda. O clube e o Cristiano são inteligentes, podem resolver isto da melhor maneira. Processos disciplinares , se o clube for por esse caminho, O Cristiano tem direito de defesa e isso não vai resolver nada. Acho que nestas circunstâncias, o acordo é o melhor para ambas as partes e a cada um segue a sua vida. Despedimento por justa causa? Acho difícil, enquanto advogado, que isso possa acontecer", rematou.
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