Roberto Martínez desafiado a contrariar tendências num jogo especial

Roberto Martínez cruza-se com a Espanha de formas curiosas. Pode parecer estranho logo de início, uma vez que o treinador nasceu no outro lado da Península, em Lérida (Catalunha), mas a carreira, a jogar ou nos bancos, não passou por lá. Ou quase. Ainda fez um jogo na primeira divisão pelo Saragoça, em 1993, mas rumou ao futebol inglês no ano seguinte, sem imaginar que, pelo menos até agora, não voltaria a representar uma equipa do país natal.

Tantos anos no Reino Unido, em clubes como Wigan, Swansea e Everton, deram-lhe a alcunha de Bob e chega hoje a um dos desafios mais importantes e especiais da carreira, no qual terá de contrariar uma tendência. Entre jogos ao serviço de Bélgica e de Portugal, o registo contra as grandes seleções não é famoso, com nove derrotas, seis vitórias e três empates em 18 partidas. Num dos tais exemplos em que se cruzou com Espanha de maneira curiosa, a estreia como selecionador foi mesmo diante de La Roja, que num particular, em dezembro de 2016, venceu a Bélgica por 2-0. O ponto mais alto remonta ao Mundial de 2018, quando guiou os diabos vermelhos ao pódio, deixando o Brasil pelo caminho e o primeiro jogo como treinador em território espanhol foi contra Portugal, que aí caiu eliminado no Euro’2020.

Agora, o reencontro com a Espanha vale um título e exige remar contra outras marés. A seleção vizinha está há 24 jogos sem perder e os duelos ibéricos não têm sido famosos. Depois do triunfo no Euro’2004, quando Lamine Yamal nem era nascido, Portugal só venceu um particular — por 4-0, em 2010 — ficando pelo caminho às mãos dos espanhóis no Mundial’2010, no Euro’2012 e na Liga das Nações de 2022/23.Primeiro jogo a selecionador foi contra a Espanha e, na primeira vez em que esteve no país natal como treinador, eliminou Portugal. Histórico contra grandes seleções e no dérbi ibérico é pouco favorável.