"Represento a LaLiga, mas um quarto clube espanhol não melhora a Champions"
Javier Tebas, presidente da Liga espanhola, defendeu a criação de um torneio europeu disputado apenas pelos campeões nacionais de cada país, que "apele mais às origens".
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Javier Tebas, presidente da LaLiga, defendeu esta segunda-feira que o facto de o campeonato ter direito a quatro vagas na Liga dos Campeões não é algo que ajude a competição milionária, considerando que um torneio europeu disputado apenas pelos campeões de cada país seria mais benéfico.
"Vai haver um novo modelo de Champions em 2024, mas deveria começar-se a trabalhar noutro tipo de modelo, um modelo que apele mais às origens de um torneio europeu de campeões nacionais, com campeões de todos cantos da Europa. Eu represento a LaLiga, mas um quarto clube espanhol não é uma melhoria para a Champions", apontou, em entrevista ao jornal neerlandês De Telegraaf.
O dirigente espanhol prosseguiu, explicando que as receitas provenientes das provas europeias são um grande fator que acaba por separar a capacidade económica dos clubes.
"Os clubes que jogam nas competições europeias obtém tantos bilhetes que existe uma brecha muito grande com o resto dos clubes do próprio país. E estiveram em 2016, quando decidiram mais lugares de Champions para os clubes das grandes Ligas. Eu mesmo estive contra que quatro clubes de Espanha fossem à Champions desde o início, tal como quatro clubes da Premier, Bundesliga e Serie A, à custa das equipas das Ligas mais pequenas", salientou Tebas, antes de visar o projeto da Superliga Europeia.
"[As Ligas] Seriam destruídas desportiva e economicamente. A Serie A, a Bundesliga, a LaLiga, a Eredivisie... Se o teu campeonato nacional não te dá a oportunidade de te qualificares para jogar na Europa, então a tua competição nacional torna-se muito menos interessante. E isto é precisamoente o que temos andado a construir durante muitas décadas: o conjunto das competições nacionais e europeias é um modelo de sucesso".
Em jeito de conclusão, Tebas foi questionado sobre o domínio económico dos clubes da Premier League, com o máximo representante da Liga espanhola a defender que não é a ideia promovida da Superliga Europeia que vai mudar essa diferença para os outros campeonatos.
"O governo britânico é muito crítico com o modelo da Premier League. É um modelo que gera perdas, baseado na inversão constante dos donos dos clubes. Há que reconhecer que a Premier League é economicamente a maior competição ao nível mundial. Mas não se combate a Premier League como fazem o Barcelona, Real Madrid e Juventus, montando uma nova Superliga Europeia que arrasa com todas as competições nacionais na Europa", concluiu.
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