O treinador da turma francesa coloca o jogador nos píncaros, destacando-lhe a intensidade, mas também a vontade permanente de ter a bola, que no seu entender não deve ser reprimida
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Friamente, os números do Lille desde o início da última época são concludentes em relação à preponderância de Renato Sanches: com o português a titular, os dogues ganham dois jogos em cada três (62 por cento), enquanto sem ele não conseguem mais do que um triunfo a cada três partidas (33 por cento). Ou seja, quase o dobro de vitórias quando o médio joga de início.
Nas 51 partidas do Lille desde que foi contratado, 29 foram realizadas com o português a titular e 24 com ele no banco ou fora dos convocados. A diferença não é muita. Abismal é, porém, o contraste entre os resultados obtidos. Com Sanches no onze o Lille ganhou 18, empatou quatro e perdeu sete (46 golos marcados e 27 sofridos). Já sem o médio, só venceu oito, empatou sete e perdeu nove (apenas 32 tentos obtidos e 30 sofridos). Ou seja, a equipa marca muito mais (e sofre menos) quando ele está em campo.
Pode concluir-se que Renato Sanches equilibra a equipa. "Ele adapta-se particularmente bem ao 4x3x3 porque pode projetar-se sem restrições, sabendo que atrás dele está alguém a cobrir. Já em 4x4x2 ou em 4x2x3x1 é obrigado a estar um pouco mais vigilante, se bem que ele compreende bem o jogo e analisa as suas exibições, pelo que sabe também atuar numa posição mais defensiva. A vantagem do 4x4x2 é que fica com mais espaço livre à frente e não está demasiado perto da linha defensiva adversária, onde é mais complicado ganhar velocidade", explica o treinador Christophe Galtier, em declarações à revista "France Football".
"Fisicamente, é impressionante pela conjugação entre velocidade e potência. E mais impressionante é ele fazer tudo numa intensidade extremamente elevada. Cada corrida, com ou sem bola, cada recuperação, cada drible, tudo é sempre feito em intensidade máxima. E procurar ter sempre a bola em seu poder faz parte da sua personalidade. É preciso deixá-lo fazer isso. Não o podes reprimir, nem dizer para ele não fazer tanto isso. É algo que faz parte do Renato Sanches. Ele foi trabalhado assim", continua o treinador dos dogues.
"De entre todos os médios que treinei, só um me causou idêntica impressão e mesmo assim num registo diferente, que foi o Matuidi. São jogadores que, em valor absoluto, terão sempre lugar em qualquer clube onde estejam. E Renato é um jogador para os clubes europeus de topo", conclui.