Renato Paiva não ficou surpreendido com Gonçalo Ramos: "Foi assim no Benfica..."
O agora treinador do Bahia falou sobre a noite de sonho de Gonçalo Ramos, que treinou nas camadas jovens do Benfica.
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Renato Paiva, novo treinador do Bahia, que vai disputar o Brasileirão em 2023, falou esta quinta-feira sobre a noite de sonho de Gonçalo Ramos na goleada imposta por Portugal à Suíça (6-1), nos oitavos de final do Mundial'2022.
Recorde-se que o avançado de 21 anos, que foi treinado por Paiva nas camadas jovens do Benfica, apontou um hat-trick na estreia a titular no Mundial, após ter substituído Cristiano Ronaldo no onze titular.
"O Gonçalo merece tudo o que lhe está a acontecer e era só uma questão de ter oportunidade. Foi assim no Benfica quando lhe demos a oportunidade nas camadas jovens e sempre as agarrou. Chegou à primeira equipa e quando foi aposta a sério é que se vê. É um miúdo que não se impressiona com palcos, quer jogar e tem um foco muito direcionado para os seus objetivos. É um animal de competição e um trabalhador nato. Muito humilde e tenho a certeza que hoje está feliz e orgulhoso, mas é a mesma pessoa de antes disto acontecer", garantiu em direto para a "Bola Branca", programa da rádio Renascença.
"Os colegas chamavam-no de feiticeiro porque todos os remates que fazia à baliza eram golo, mesmo que não acertasse bem na bola. Às vezes acertava mal, de raspão, "com o joanete", como eles diziam, e a bola acabava por entrar sempre. Tinha índices incríveis, até nos treinos. O Gonçalo tem uma relação com o golo extraordinária. É um trabalho de muita gente, mas o explodir do Gonçalo foi connosco. Acreditamos muito nele, mudámos a posição", acrescentou.
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Quanto a se Gonçalo Ramos deve manter a titularidade diante de Marrocos, nos quartos de final (sábado, às 15h00), Renato Paiva recusou tomar uma posição, remetendo a decisão para Fernando Santos.
"Não queria estar na pele do selecionador nacional. No bom sentido, porque quando tens tanta qualidade para escolher... Quando não joga um ícone como Cristiano Ronaldo para jogar o Gonçalo, imagine-se o que vai na cabeça de Fernando Santos. A titularidade é uma questão que só o selecionador poderá decidir. O normal depois desta exibição seria o Gonçalo Ramos jogar, mas o normal às vezes no futebol não o é, porque há questões estratégicas e táticas que nos obrigam às vezes tomar decisões que vão para além do que é o normal para as pessoas que não estão dentro do processo", considerou.
O técnico terminou o discurso garantindo que "Ronaldo é um extraterrestre do futebol e quer ser campeão do mundo, é um título que lhe falta".
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