Relatos da tragédia na Argentina: "Quando levei o meu filho para o balneário..."
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O jogo entre Gimnasia La Plata e o Boca Juniors foi suspenso depois de confrontos entre os adeptos das duas equipas, que começaram fora do estádio e que resultaram na morte de um adepto. A polícia utilizou balas de borracha e gás lacrimogéneo para dispersar os adeptos que tentaram entrar no estádio já esgotado.
"Os incidentes começaram no exterior e espalharam-se pelo interior. Havia cerca de 10 mil pessoas à volta do estádio a tentar entrar, algumas com bilhete, outras sem. Todos puderam ver que o estádio estava muito cheio", afirmou Eduardo Aparício, o chefe do organismo para a prevenção da violência no desporto.
Depois dos acontecimentos, sucedem-se os relatos do terror que se viveu dentro do estádio Juan Carmelo Zerillo, em La Plata.
"Foram os 45 minutos mais longos da minha vida, até que encontrei a minha família. Saltei para as bancadas e não sei o que fiz mais até que encontrei os meus entes queridos e foi um alívio. O meu pai é médico e assistiu várias pessoas nas bancadas", disse o avançado do Gimnasia La Plata Franco Soldano.
"Tenho um filho de dois anos e meio e ele não conseguia respirar. Quando o levei para o balneário fui-me abaixo... Vê-lo tão mal doeu-me muito. Imagino o que sentiram as outras pessoas que também passaram mal", relatou, por seu lado, Leonardo Morales, defesa da equipa da casa.
"Quando percebi que as pessoas estavam a saltar da bancada comecei a sentir o gás. Pensei logo na minha família. Logo a seguir começou a aparecer gente de todo o lado. Tentei sair e não podia. A minha mãe esteve perto de desmaiar em campo", afirmou Nicolás Contí.