Avançado brasileiro resolveu dérbi com o Fluminense após um arraso do treinador
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A redenção de Pedro no Flamengo escreveu-se em campo, mas também fora dele. Depois de ter ficado de fora por dois jogos devido ao fraco rendimento nos treinos – o que lhe valeu duras críticas por parte do treinador Filipe Luís –, o avançado brasileiro foi lançado aos 73 minutos do dérbi ante o Fluminense e marcou, aos 85’, o único golo do encontro, justificando-se após o apito final com um recado para “um dirigente” que terá divulgado uma conversa privada em que manifestava a vontade de vender Pedro por 15 milhões de euros.
No Brasil, a Imprensa desportiva garante que o responsável pela fuga de informação se trata do português José Boto, o diretor-desportivo do conjunto rubro-negro. “Na entrevista concedida à beira do relvado, o avançado não poupou críticas ao diretor de Futebol do clube, José Boto, exigindo um pedido de desculpas”, escreveu a “Band”; “a mensagem escrita na camisola que o artilheiro vestia por baixo da 9 rubro-negra […] é subliminar e, ao que tudo indica, direcionada, em primeiro plano, a José Boto”, podia ler-se no Globoesporte.
Já o próprio Pedro disparou após o jogo: “Reconheço que tive uma semana bem abaixo do que poderia produzir, após um episódio que mexeu comigo, um vazamento [fuga de informação] que me expôs, que não teve respeito por tudo o que eu fiz aqui dentro nestes cinco anos. Essa mensagem de um membro da direção mexeu com o meu lado emocional e acabou por interferir no meu rendimento. Este jogo foi uma resposta em campo”.
Após o triunfo sobre o São Paulo (2-0), no passado dia 12, Filipe Luís arrasara o rendimento de Pedro na semana de treinos, qualificando o seu comportamento de “lamentável” e “à beira do ridículo”. Ontem, pelo contrário, o treinador desdobrou-se em elogios ao atacante. “É um assunto completamente encerrado, não há nenhuma polémica. Sou o homem mais feliz do mundo quando um jogador como ele entra e faz o golo. O futebol é maravilhoso, dá estas possibilidades”, atirou o líder do Fla, completando: “Neste jogo, gostei não só do golo, mas também da forma como se comportou defensivamente, como correu. Ele recuperou esse brilho. Estou muito feliz”. No momento do golo, onde “só” teve de encostar ao segundo poste após um primeiro desvio de Léo Ortiz na sequência de um canto, Pedro pôs as mãos nos ouvidos, tirou a camisola, colocou-a sobre o símbolo do Flamengo desenhado no relvado do Maracanã e beijou o solo. Na camisola interior, uma inscrição religiosa: “Jesus é o suficiente”; na linha lateral, Filipe Luís aplaudiu de forma vigorosa, mas o abraço ao treinador deu-se apenas após o apito final e de forma rápida.
O golo de Pedro – que não marcava há precisamente dois meses, somando agora seis em 18 jogos este ano – permitiu ao Flamengo voltar a reduzir para três pontos a desvantagem para o líder Cruzeiro, de Leonardo Jardim, tendo ainda um jogo a menos, devido à participação no Mundial de Clubes. Na próxima jornada, na madrugada de quinta-feira, o Mengão desloca-se ao reduto do RB Bragantino, que se encontra no terceiro lugar, a três pontos.