"Real Madrid ganhou muitos títulos, mas ninguém se vai lembrar da sua forma de jogar"
Gerard Piqué foi o primeiro convidado de Iker Casillas no podcast "Bajo Los Palos"
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Possibilidade de vir a ser presidente do Barcelona: "Já me perguntaram muitas vezes e, no final, ponderam-se os prós e os contras. Ser presidente do Barça é um sacrifício muito maior do que as coisas positivas que pode dar. Todos os presidentes fizeram muito sacrifício e isso está acima do lucro que te pode dar. Se um dia o clube precisar de pessoas que façam parte do clube desde pequenos, a responsabilidade que tenho é estar lá. O Barça deu-me tudo. Somos o que somos graças aos clubes em que estamos."
Rivalidade do Barcelona com o Real Madrid: "Muitas pessoas consideram o Real Madrid o melhor da história, mas o Barça é melhor noutros aspectos e estou orgulhoso disso. O Real Madrid ganhou muitos títulos, mas ninguém se vai lembrar da sua forma de jogar."
Sobre Lamine Yamal: "A grande questão é: 'será que o Lamine seria o Lamine se estivéssemos na geração que tivemos [n.d.r a de Piqué e Casillas]? A minha sensação é que ele não estaria a jogar. Agora há uma geração de jogadores que penso que se está a destacar mais por necessidade do que por confiança, porque, no fim de contas, a grande questão é se Lamine, que tem potencial para a Bola de Ouro, estaria a jogar num momento alto do clube, talvez com Cubarsí, Balde ou Gavi, apesar de La Masia ter sido sempre um recurso incrível para um clube como o Barça, e penso que é a nossa identidade e o nosso ADN."
Saída do Barcelona: "A minha situação é que no Barça sempre me senti titular e importante e sempre pensei que, no momento em que isso não acontecesse, iria embora. Não me imaginava a não jogar na equipa da minha vida e a ser mais um fardo ou um peso por não jogar. Foi algo em que pensei durante anos e que acabou por acontecer. No final de 2022, antes do Campeonato do Mundo do Catar, aconteceu. Falei muito com o Puyol, porque o considero como um irmão. Tinha medo do dia seguinte. O meu sonho de infância de jogar no Barça era a única coisa que mantinha essa chama acesa, mas não sentia que estivesse a somar."
Criação da Kings League: "Honestamente, não pensei que fosse ser tão grande como tem sido. Pensava, sim, que ia ser algo que ia resultar. Na altura eu já tinha a Kosmos, uma empresa que já tinha feito coisas como o Campeonato do Mundo de Balões que fizemos com o Ibai, a Velada... fizemos muitas coisas com o Ibai e o mundo do stream. Tínhamos uma equipa de eSports e vendo que todo este mundo estava a descolar e que a certa altura ia explodir, trazer o mundo do futebol para o mundo digital dos streamers fazia todo o sentido. Comecei a desenvolver essa ideia com a equipa. Ainda tenho nas minhas notas a descrição dessa ideia que fiz numa viagem de pré-época de Barcelona para os Estados Unidos."