Antigo extremo do V. Guimarães e Sporting admitiu que a sua adaptação ao Barcelona foi tudo menos fácil e revelou que chegou a ponderar deixar o gigante catalão, onde tem tido um arranque de época inspirado com Hansi Flick
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A iniciar a sua terceira época consecutiva no Barcelona como um dos seus capitães, Raphinha vive um grande momento de forma, tendo marcado três golos e feito duas assistências nas primeiras quatro jornadas da LaLiga, mas o antigo extremo do V. Guimarães e Sporting não esquece os momentos difíceis que marcaram os seus primeiros meses na Catalunha.
Em declarações à RAC1, o internacional brasileiro admitiu que chegou a ponderar deixar o gigante “blaugrana” e que teve de fazer um trabalho psicológico para ultrapassar esses momentos conturbados.
“Se já pensei em sair? Sim, os primeiros seis meses foram complicados para mim e para a minha família. Depois do Mundial [de 2022] melhorei e pude acabar bem a temporada, então fiquei mais tranquilo, mas o início foi bastante difícil. A minha adaptação ao clube custou, sabia o que tinha de fazer, mas não que seria tão difícil ao nível pessoal. Pensei algumas vezes em sair. O Barça é um clube gigante e é normal que custe, não estava habituado a isto, mas passou rápido”, começou por contar, acrescentando que as críticas da imprensa não o ajudaram neste período.
“Depois de ler que vais sair, que o clube não conta contigo, de ouvir a imprensa a falar mal de ti... Nunca imaginaria ser um dos capitães do Barça. Isso dá-me muita ilusão e dentro do balneário as pessoas confiam em mim. Isto emociona-te e faz-te sentir mais importante, deu-me confiança”, apontou, com orgulho.
Nesse sentido, Raphinha salientou que ser futebolista de alto nível acarreta uma pressão perigosa ao nível mental, revelando que, durante a sua carreira, chegou a pensar mesmo em desistir.
“Se trabalhas no duro e queres ter uma carreira futebolística, não podes desistir. Eu tive muitos momentos motivos para me render, deixar o futebol nalgum lado e seguir com a minha vida. É uma profissão que te destrói, eu tive momentos em que chegava a casa e não sabia se me levantaria de manhã para voltar a treinar. Chorei muito, também aqui, e faço trabalho psicológico porque vejo que é muito importante. Toda a gente deveria fazer fazê-lo, porque ajuda muito. Se não te cuidas, o futebol destrói-te. É muito fácil entrar em depressão e deixar tudo”, desabafou.
A concluir, o extremo de 27 anos vincou que o objetivo principal do Barcelona, que lidera a LaLiga de forma isolada ao leme de Hansi Flick, é tentar vencer a Liga dos Campeões esta época, algo que não consegue desde 2015.
“O objetivo mínimo é ganhar a Liga dos Campeões. Tem de ser isso, jogar no Barcelona faz com que o objetivo principal seja ganhar todos os títulos. Se estás num clube como este e não planeias isto, estás no lugar errado”, rematou.