Ranieri: "Tive mais chamadas agora do que quando ganhei a Premier League"
Experiente treinador italiano saiu da reforma para regressar à Roma e mostrou-se aberto a um eventual retorno de Francesco Totti ao clube do seu coração
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Um dia depois de ter sido oficializado como o terceiro treinador da Roma na presente época, Claudio Ranieri apresentou-se em conferência de imprensa, revelando que suscitou mais interesse de clubes após a sua reforma do que quando ganhou a Premier League com o improvável Leicester, em 2016.
“Tinha deixado os bancos e tive mais chamadas agora do que quando ganhei a Premier League com o Leicester. Disse a todos que não e que só podia regressar em dois casos: Cagliari e Roma. O destino quis que começasse em Cagliari e terminasse aqui como treinador e diretor”, começou por explicar, enaltecendo ainda o papel do dono da Roma, Dan Friedkin, na sua decisão de voltar ao ativo.
“Deixou-me de boca aberta pelas palavras que utilizou e pelo carinho que tem a esta cidade a este clube. Disse-me que sabe que já se gastou muito dinheiro sem conseguir fazer aquilo que queria. Espero cumprir o meu dever, agora cabe-me a mim”, vincou.
Ranieri, de 73 anos, que se tinha retirado do futebol no final da época passada, após deixar o Cagliari, evitou ainda falar sobre o estilo de jogo que implementará no atual 13.º classificado da Serie A, que já foi treinado nesta temporada por Daniele de Rossi e Ivan Juric.
“Já não há um sistema único e não seria honesto anunciar que formação utilizarei. Não é uma questão de sistema, é de jogadores. Quero vê-los a cuspir sangue no campo e que nunca se rendam, também quando as coisas correm mal. Sou ‘tifoso’ antes de ser treinador. Uma vez estava a ganhar 3-0 em Génova e perdi 4-3. Entrei no balneário e disse: ’Senhores, adeus’. Necessitamos do apoio dos nossos adeptos e jogar em casa com assobios é a coisa mais difícil do mundo”, apontou, apelando a um apoio geral à equipa.
Ranieri foi ainda abordado sobre um possível regresso de Francesco Totti ao clube do seu coração, isto depois de o antigo avançado italiano, cuja carreira terminou em 2017, ter demonstrado vontade de retomá-la, apesar dos seus 48 anos. O técnico “adiou” o assunto, mas admitiu estar aberto a essa possibilidade.
“Agora o que conta é recuperar a equipa, depois falar-se-á com Francesco. Pelo amor de Deus, por que não? Se nos puder dar uma mão, já não me fecho a nada, mas isto não significa que Francesco regressará”, avisou, em jeito de conclusão.
Para além da 13.ª posição na Liga italiana (em 12 rondas), a Roma segue no 20.º posto da Liga Europa, com cinco pontos em quatro jornadas.