Rafinha revela: "Em 2026 quero ser treinador, tenho convites de Jorge Jesus, Xabi Alonso..."

Aos 39 anos, Rafinha, lateral do São Paulo, pretende jogar quatro meses em 2025 e retirar-se, revelando - em entrevista ao Abre Aspas, do Globo Esporte - ter recebido convite de Jorge Jesus, que o orientou no Flamengo, para ser seu adjunto.

"É difícil, esse momento é o mais difícil para um atleta. Colocar um ponto final, pendurar as chuteiras. Esse ano eu perdi metade da temporada porque tive duas lesões graves e comecei a jogar no final de julho. Então, disse 'não é justo', preciso terminar bem. Há alturas em que chego a casa e, não vou mentir, choro ali escondido, porque é complicado. São 20, 21 anos de futebol profissional, o jogo ali, é um detalhe. O meu começo foi terrível. A jogar futsal com dificuldades, sem ter ténis, sem ter passe de transportes para ir treinar. Se formos falar de dificuldades, eu vou ficar aqui até amanhã, porque a minha infância foi triste. Passei necessidades, passei apuros mesmo, mas tinha esse sonho. O meu pensamento era poder jogar, ganhar dinheiro para levar comida para casa, para a minha mãe comer, os meus irmãos comerem. Somos sete e não tínhamos o que comer. Então era esse o meu objetivo maior. Na minha casa era uma refeição só. Ou era almoço, ou era jantar. Natal, Ano Novo, era uma bandeja de iogurte. Cada um tomava um. E a minha mãe nada", relata, recordando o início da carreira.

As maiores glórias viveu-as no Bayern Munique: "Vivi um sonho. Vivi o auge da minha carreira lá. Trabalhei com Guardiola, Ancelotti, Jupp Heynckes e Niko Kovac. Eu desfrutei muito do futebol, foi onde mais vivi o futebol, era campeão todos os anos, ganhei os maiores títulos do futebol, a Liga dos Campeões, fui campeão do mundo, Supertaça da Europa, ganhei muitos títulos nacionais."