Arrigo Sacchi reagiu às contratação de nomes como João Félix e Santiago Giménez por parte do Milan no mercado de inverno, dizendo que agora cabe a Sérgio Conceição criar um estilo de jogo na equipa
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Arrigo Sacchi, que venceu duas Ligas dos Campeões e uma Serie A pelo Milan, agora liderado por Sérgio Conceição, reagiu esta sexta-feira ao facto de os “rossoneri” terem contratado cinco reforços de inverno, com destaque para João Félix (emprestado pelo Chelsea) e o avançado mexicano Santiago Giménez (ex-Feyenoord).
Em declarações à Gazzetta dello Sport, o histórico técnico italiano considerou que Conceição tem agora mais opções de rodar o plantel, cabendo-lhe a tarefa de criar um estilo de jogo que permita à equipa lutar por títulos em todas as competições.
“Ter um maior número de opções é certamente importante para um treinador. No entanto, queria destacar que aquilo que tem faltado ao Milan até agora é estilo, por isso, caberá a Conceição dar à equipa um estilo de jogo. Não é uma tarefa fácil, mas penso que ele será capaz. Espero que o treinador tenha escolhido os jogadores baseando-se em avaliações técnicas e humanas. Se assim foi, então foi dado um passo importante. O Milan tem de ser protagonista na Serie A, na Liga dos Campeões e na Taça de Itália. Logicamente que o plantel é largo e no ataque haverá mais competição, o que poderá ser bom para alguém...”, refletiu.
Nesse sentido, Sacchi deixou um aviso sério a Rafael Leão, apontando que se o extremo português e habitual figura de destaque no ataque “rossoneri” não “acordar” e ser consistente nas suas exibições, haverá suplentes prontos para o render no onze titular.
“Leão tem de acordar. Ele já não vai poder fazer um bom jogo em três. A continuidade é uma qualidade fundamental no repertório de um campeão. Neste caso, se ele não estiver em forma, haverá alguém pronto para entrar. Isto significa, para Conceição, que terá mais soluções, também a partir de um ponto de vista tático. Podem jogar com uma dupla ofensiva, três avançados ou até num 4-4-2 muito ofensivo”, analisou.
“Giménez e João Félix? Eu acompanhei o mexicano nos Países Baixos, mas quero vê-lo a jogar no futebol italiano. Ele tem muitos números. João Félix é uma grande promessa que ainda não foi realizada até agora. Ele tem muitas habilidades técnicas. No Milan, num ambiente que o faça sentir-se importante, ele pode encontrar a sua verdadeira dimensão”, afiançou ainda, numa ótica otimista.
Considerando que, apesar destes reforços no Milan, a dupla Lautaro Martínez/Marcus Thuram, do rival e campeão Inter, continua a ser a mais forte da Serie A, Sachhi reforçou a necessidade de Sérgio Conceição impor um estilo de jogo na sua antiga equipa.
"Ele defende com duas linhas de quatro e pede pressão. Ele quer retirar a iniciativa do adversário, não aceita ser dominado. Penso que esta abundância no ataque irá permitir-lhe uma rotação inteligente. Tens de gerir a tua energia e ter elementos diferentes que possam ajudar na rotação. Se estes elementos forem de um nível alto, como aqueles do Milan, então a rotação quase nem se sente”, vincou.
“Claro que os ‘rossoneri’ aumentaram a fasquia e, acima de tudo, têm suplentes válidos. Mas insisto nisto outra vez, o mais importante é que Conceição dê à equipa um estilo de jogo. Quando há um estilo, é mais fácil para os jogadores encaixarem entre si. Se não houver estilo, não podes ser protagonista”, concluiu.