O antigo treinador do Benfica, atualmente no Sevilha, foi alvo de racismo durante a vitória da sua equipa em casa do Getafe, no sábado, tal como o ex-Sporting Marcos Acuña
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Quique Flores, treinador do Sevilha, condenou no sábado o insulto racista de que foi alvo durante a vitória da sua equipa em casa do Getafe (1-0), na 30.ª jornada da LaLiga, após ter sido chamado de “cigano” numa partida em que um dos seus jogadores, o ex-Sporting Marcos Acuña, também foi alvo de um comportamento semelhante.
“Não quero que usem cigano como um insulto racista. Parte do público pensa que pode vir e dizer o que quiser [nos estádios de futebol]. Somos trabalhadores que vimos para um espaço no qual temos de ser respeitados. Isto parece-me aberrante, houve adeptos que estavam contra o que outros diziam. Não terem memória é-me indiferente”, comentou, em conferência de imprensa.
Sergio Ramos, capitão e autor do golo da vitória do Sevilha, também foi questionado sobre os insultos direcionados a Acuña - gritaram "mono" [macaco, em espanhol] na sua direção - adotando um discurso de união e pedindo respeito aos adeptos responsáveis por esse momento lamentável, que motivou inclusive uma pausa no encontro.
“Temos vindo a reclamar respeito dentro do futebol e que as pessoas não venham a um estádio de futebol para libertarem-se e dizerem parvoíces nem para insultarem os jogadores. O [árbitro] assistente ouviu um insulto contra Acuña, informou o árbitro e nada mais. Há que acabar com este tipo de gente, assinalá-los e proibi-los de entrarem nos estádios, limpando a imagem do futebol. O futebol serve para unir, não para separar”, defendeu.
Da parte do Getafe, o capitão Djené Dakonam admitiu não se ter apercebido de nenhum insulto discriminatório durante o jogo, mas concordou com a sua suspensão momentânea, em concordância com o protocolo antirracismo da LaLiga.
Um discurso semelhante ao do seu treinador, José Bordalás, que apelou ao fim destes casos no futebol e reclamou sanções mais pesadas para quem adote comportamentos racistas.
“Não ouvi nada, mas se o árbitro e Acuna ouviram, é normal e estou de acordo que se tenha ativado o protocolo. Sou contra qualquer cântico [racista], mesmo que seja no nosso estádio e há que acabar com os mesmos. Há muito tempo que apresentamos denúncias e até que tomem medidas de verdade, vamos continuar a tê-las. Esta época já ouvimos e sofremos disto em muitos cenários. Sou totalmente contra qualquer insulto ou cântico racista, seja em que estádio for”, vincou.