Arda Turan, que garantiu esta época a subida do Eyupspor à primeira divisão turca, não esconde o sonho de treinar a sua antiga equipa
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Após ter terminado a sua carreira de jogador em 2022, Arda Turan abraçou a vida de treinador e, na sua primeira temporada completa à frente do Eyupspor, garantiu a promoção do emblema à principal divisão turca, estando a um jogo de poder levantar o título do segundo escalão.
No âmbito desse sucesso, esta segunda-feira, em entrevista ao portal “The Coaches Voice”, o antigo médio turco, que passou em Espanha pelo Atlético de Madrid e Barcelona, não escondeu o sonho de treinar no futuro o emblema “colchonero”.
“Durante as minhas visitas a Madrid para ver a equipa e Simeone, muitos adeptos perguntaram-me se algum dia gostaria de treinar o clube. Não vou mentir, sei que não é fácil fazer melhor do que Simeone, mas claro que gostaria de treinar o Atlético de Madrid e ganhar a Liga dos Campeões. Ganhar a Champions com o Atlético é um dos meus maiores objetivos como treinador, mas é demasiado cedo para isso. Por enquanto, estou muito contente no Eyupspor. Mas se algum dia quiser competir com os melhores treinadores do mundo, é o lugar perfeito para melhorar e trabalhar no duro”, apontou.
Questionado sobre a influência que Diego Simeone teve na sua transição do relvado para o banco, Turan, atualmente com 37 anos, encheu-se de elogios para a forma como o treinador argentino motiva os seus jogadores e para a sua abordagem tática, muitas vezes descrita como conservadora.
“Ele sempre nos disse a verdade. ‘Ainda que não tenhamos tanto talento como eles, podemos ganhar’ Como? Ele dizia: ‘Correndo e lutando mais do que eles’. Quando começámos a ter resultados com esta filosofia, comecei a desfrutar do aspeto defensivo do jogo, porque é uma grande sensação jogar em equipa, não sofrer golos e não cair derrotado. Simeone tem um discurso simples: ‘Se não sofreres um golo, tens sempre a possibilidade de ganhar um jogo’. Sim, é uma frase simples, mas é fundamental para conseguires os objetivos que temos conseguido. Na defesa, podes organizar o teu ataque de forma eficaz. Se defendes, lutas pela bola e manténs a posse da mesma, a tua confiança em ti mesmo para defender e lutar manter-te-á no jogo. Dá-te mais coragem e uma equipa valente tem sempre isso”, salientou.
“Tivemos jogadores como Godín, Miranda, Raúl García, Falcao, Diego Costa ou Villa. Todos eram bons de cabeça e, para além disso, Gabi, Griezmann e Koke tinham muito talento em jogadas de bola parada. A combinação destas habilidades com a tática deu-nos resultados muito positivos”, acrescentou, recordando o período de sucesso que viveu em Madrid, entre 2011 e 2015, antes de deixar uma última palavra de apreço por “El Cholo”.
“[Simeone] fez isto comigo. Eu não tinha vantagens físicas contra os adversários, era um jogador com tendência para se lesionar. Nos momentos importantes e nos jogos críticos, Simeone motivou-me da maneira certa e com o tempo não me deteve, pelo contrário, deu-me esta liberdade e sempre me desafio taticamente. No final, foi ele que me deu esta visão, não como jogador de ataque. É o treinador que me tornou muito mais prolífico”, concluiu.