O futebol mundial acordou com a "bomba" que envolveu a detenção de nove elementos do organismo mundial. Fique a conhecer os envolvidos neste caso
Corpo do artigo
Dirigentes detidos
Jack Warner
O antigo presidente da CONCACAF (Confederação da América do Norte, Central e Caraíbas) é um dos antigos dirigentes da FIFA detidos esta quarta-feira. Warner abdicou de todos os cargos que tinha no futebol internacional em junho de 2011, pouco depois de ter sido implicado em numerosas acusações de corrupção que remontavam aos anos 80. Com 72 anos, Warner era, igualmente, membro do Comité Executivo da FIFA, o organismo que decide, entre outras coisas, onde, quando e com que formato se disputam as competições mundiais de futebol.
[destaque:4592453]
Jeffrey Webb
É o presidente da CONCACAF e vice-presidente da FIFA. Tem 50 anos e foi detido pelas autoridades suíças a pedido das norte-americanas. Formado em Direito, este antigo advogado foi eleito presidente da federação de futebol das Ilhas Caimão quando tinha 26 anos. Em setembro de 2014, foi um dos vários dirigentes do organismo mundial que pediram a publicação do relatório da investigação de Michael Garcia às acusações de corrupção relacionadas com a atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022.
Eugenio Figueredo
Antigo futebolista, 83 anos, foi detido no âmbito da investigação das autoridades dos Estados Unidos. É vice-presidente da FIFA e membro do Comité Executivo. Presidiu à CONMEBOL (confederação sul-americana) em 2013 e 2014.
Eduardo Li
É membro (eleito) do Comité Executivo da FIFA e do órgão homónimo da CONCACAF. além de presidente da federação de futebol da Costa Rica. Tem 56 anos e foi um dos detidos no hotel, em Zurique.
Julio Rocha
Natural da Nicarágua, de 64 anos, já presidiu à federação de futebol do seu país e à UNCAF, organismo representativo do futebol centro-americano. Dirigente da FIFA, foi detido em Zurique.
Rafael Esquivel
Presidente da federação da Venezuela e membro do Comité Executivo da CONMEBOL. Tem 68 anos e foi detido pela polícia suíço sob a acusação de corrupção.
José Maria Marin
Ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol e atual membro do comité da FIFA responsável pelos torneios olímpicos de futebol. Tem 83 anos e foi detido também no âmbito das acusações de corrupção.
Costas Takkas
Tem 58 anos e foi secretário geral da federação de futebol das Ilhas Caimão, sendo atualmente assessor do presidente da CONCACAF Jeffrey Webb.
Nicolás Leoz
Agora com 87 anos, comandou a CONMEBOL entre 1986 e 2013. Abdicou do lugar no Comité Executivo da FIFA em 2013, pouco antes de o relatório Garcia ser tornado público, alegando motivos pessoais e de saúde.
Procurados para serem interrogados
Issa Hayatou
Presidente da Confederação Africana de Futebol, o camaronês é dirigente da FIFA desde 1990, tendo assento em diversos comités, incluindo o que atribuiu a organização do Mundial 2018 à Rússia. É suspeito de ter sido um dos subornados para votarem no Catar para organizador do Mundial'2022, algo que qualificou como "ridículo".
Angel Villar
O presidente da federação espanhola (RFEF), 65 anos, jogou no Atlético de Bilbau e é membro do Comité Executivo da FIFA e do Comité Organizador do campeonato do Mundo. Foi o rosto da candidatura conjunta de Portugal e Espanha aos Mundiais de 2018 e 2022 e enfrenta acusações sobre alegada troca de votos com a candidatura do Catar, que foi escolhida para 2022. Ambas as partes negaram tal acusação.
Michael D'Hooghe
Presidente honorário da federação belga, é membro do Comité Executivo da FIFA desde 1988, além de presidir ao Bruges. Formado em Medicina, aos 70 anos é responsável clínico da FIFA. Em agosto de 2011 confessou ter recebido um quadro valioso de presente de um conselheiro da candidatura da Rússia ao Mundial'2018. Posteriormente disse que a pintura não tinha qualquer valor e que fora um "presente envenenado". Disse, também, que o facto de o filho Pieter ter assumido um cargo de cirurgião num hospital do Catar não tinha qualquer ligação aos cargos que ocupa.
Senes Erzik
Presidente honorário da federação turca, é membro do Comité Executivo da FIFA há mais de 20 anos. Banqueiro e antigo responsável de projetos da Unicef, foi ainda vice-presidente do Comité de Arbitragem da UEFA.
Worawi Makudi
Presidente da federação da Tailândia, o seu nome surgiu ligado a um negócio de gás entre o seu país e o Catar pouco antes da eleição da sede do Mundial'2022. Foi, ainda, acusado por um antigo presidente da federação inglesa de futebol de ter pedido os direitos televisivos de um jogo particular entre a Inglaterra e a Tailândia em troca do voto. Tentou processar Lord Triesman, mas sem sucesso.
Marios Lefkaritis
O cipriota é membro do Comité Executivo da UEFA, presidente honorário da federação do seu país e vice-presidente da UEFA. Uma investigação do jornal "Sunday Times" revelou, em novembro, que a família de Lefkaritis recebeu 38 milhões de euros por um pedaço de terra pagos pela Autoridade de Investimento do Catar. O dirigente negou de forma perentória que o seu sentido de voto tenha sido influenciado pela transação, que diz estar devidamente documentada.
Jacques Anouma
Membro do Comité Executivo da FIFA desde 2007 e presidente da federação da Costa do Marfim desde 2002. Em junho, o organismo a que preside terá recebido centenas de milhares de dólares americanos com origem em fundos provados, alegadamente controlados pelo responsável máximo do futebol do Catar, Mohamed bin Hammam.
Rafael Salguero
É da Guatemala e membro do Comité Executivo da FIFA. Antigo futebolista, é membro ou vice-presidente da CONCACAF desde 1986. Antes da escolha da sede dos Mundiais de 2018 e 2022, negou-se a apoiar publicamente a candidatura dos EUA não obstante integrar a mesma confederação.
Hany Abu Rida
Representa o Egito no Comité Executivo. Aos 62 anos, o antigo jogador é vice-presidente da federação do seu país e membro do Comité Executivo da CAF. Tal como o tailandês Makudi, no ano passado tornou-se um dos principais adjuntos de bin Hammam, do Catar.
Vitaly Mutko
Ministro do Desporto da Rússia e responsável pela candidatura ao Mundial'2018 na altura da eleição, em 2010. O jornal "Sunday Times" teve acesso, no ano passado, a emails que demonstravam que a Rússia convidou o catari bin Hammam, um mês antes da escolha das sedes dos dois próximos Mundiais, a discutir "relações bilaterais". Mutko enalteceu dita reunião como uma oporrtunidade para "promover relações bilaterais entre os dois países na área do desporto".