"Quando os jogadores do Chelsea aterrarem e tiverem o banho de multidão..."
Beto, guarda-redes do Farense que venceu por três vezes a Liga Europa pelo Sevilha, analisou a O JOGO a final da Liga dos Campeões, ganha pelo Chelsea frente ao City por 1-0.
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1 Como analisa esta final da Liga dos Campeões e o duelo nos bancos entre Thomas Tuchel e Pep Guardiola?
- Foi uma excelente final para bons apreciadores de futebol. Tratou-se de um jogo muito bem disputado pelas duas equipas, com um fair-play incrível e excelentes momentos de futebol.
Acho que o Chelsea acabou por ser superior taticamente ao Manchester City. O Thomas Tuchel foi muito inteligente na maneira como abordou o jogo ao entregar a posse ao City, que gosta de ter bola. Depois fechou-se bem e nem me lembro do Mendy ter feito uma grande intervenção.
O Chelsea teve sempre o controlo do jogo e deixou na frente jogadores técnica e taticamente muito capazes, que estiveram perto do segundo golo. O Chelsea foi superior a todos os níveis: taticamente, coletivamente e individualmente.
2 Qual o jogador que mais lhe encheu as medidas no duelo do Dragão?
- Na minha opinião, o Kanté encheu o campo e foi preponderante para a vitória do Chelsea. Foi ele que equilibrou a equipa a nível defensivo e o grande responsável por anular o jogo interior do Manchester City. Esteve muito bem com a bola nos pés, mas também ao nível das recuperações e do primeiro passe.
3 O Beto tem três títulos europeus [Liga Europa] e sabe o que é festejar num momento destes. Como é que os jogadores do Chelsea se estão a sentir?
-Quando vencemos as Ligas Europas com o Sevilha demorou sempre um bocado até cair a ficha. O apito final do árbitro gera sempre uma explosão e uma descarga de adrenalina à boleia da tensão que se vive nos dias anteriores à final. No balneário já percebemos um pouco aquilo que alcançámos, mas a dimensão do feito só é totalmente perceptível quando chegamos a casa. Quando os jogadores do Chelsea aterrarem em Londres e tiverem direito ao seu banho de multidão é que vão sentir verdadeiramente que a Champions é deles. Quero também deixar uma nota muito positiva para o Rúben Dias e para o Bernardo Silva. Este último teve menos preponderância, mas andou sempre à procura do jogo. Já o Rúben foi altivo na forma como liderou a linha defensiva. Foi com muito orgulho que vi mais dois jogadores portugueses numa final e só tive pena não ver o João Cancelo. Revela que temos muito talento.