Aos 32 anos, e depois de quase ano e meio praticamente sem jogar, o avançado prepara-se para deixar o Al Hilal e regressar ao Santos. Faltam apenas acertar detalhes para a saída da Arábia Saudita, seja por empréstimo ou em definitivo. O internacional brasileiro quer jogar com regularidade tendo em vista o Mundial’2026.
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O que até há pouco tempo parecia uma utopia está agora prestes a concretizar-se. Praticamente 12 anos depois de ter saído do Santos, rumo ao sonho do futebol europeu pela porta do Barcelona, Neymar está de regresso ao clube que o lançou para as bocas do mundo.
Por definir, para já, estará apenas a forma de se desligar do Al Hilal, que o contratou ao PSG no verão de 2023 a troco de 90 milhões de euros, mas onde quase nunca jogou, devido à grave lesão sofrida em outubro desse ano pela seleção - apenas sete jogos e um golo na aventura saudita. De acordo com a Imprensa brasileira, estão dois cenários em cima da mesa: Neymar pode ser emprestado ao Santos até junho, altura em que termina contrato com o Al Hilal, ou pode rescindir desde já com o emblema orientado por Jorge Jesus e assinar em definitivo pelo Peixe - hipótese mais complicada, pois o avançado brasileiro de 32 anos não parece estar disposto a prescindir dos cerca de 63 milhões de euros que ainda tem a receber até ao fim do contrato.
Fora de questão parece estar definitivamente o cenário de permanência de Neymar na Arábia Saudita por mais tempo. A gota de água, de resto, terão sido as declarações de Jorge Jesus na passada semana, garantindo que o atacante canarinho não será inscrito no campeonato saudita para o resto da temporada por “não conseguir acompanhar fisicamente o ritmo da equipa”, tendo em conta o limite de oito estrangeiros por equipa naquela prova.
O técnico luso assumiu contar com Neymar para a Liga dos Campeões asiática (onde está inscrito) e para o Mundial de Clubes, mas essa é uma perspetiva que não agrada ao jogador, até tendo em conta o desejo de voltar a jogar com regularidade para chegar em boas condições físicas ao Mundial’2026.
Dá-se assim o regresso a casa de um dos maiores casos de uma grande promessa que não terá sido cumprida na totalidade. Neymar conquistou tudo no Barcelona, onde protagonizou um trio de ataque devastador com Messi e Suárez, e é ainda hoje a mais cara transferência da história - o PSG pagou 222 M€ para ativar a sua cláusula de rescisão com os blaugrana, no verão de 2017 -, mas nunca conseguiu chegar ao patamar mais alto a nível individual, a conquista da Bola de Ouro (o melhor que conseguiu foram dois terceiros lugares, em 2015 e 2017), bem como vencer um Mundial pela seleção canarinha.
“É um jogador com uma qualidade fantástica”
De um treinador português para outro. A confirmar-se o regresso ao Santos, Neymar será orientado por Pedro Caixinha, que esta época assumiu o comando do Peixe. O técnico alentejano não se quer comprometer até o negócio ser oficial, mas admite que “qualquer treinador no mundo gostaria de ter o Neymar” no plantel, ainda que com reservas em relação à sua condição física. “Não conhecemos o estado em que ele está, mas é um jogador com uma qualidade fantástica, indiscutível, que faz falta a qualquer equipa”, referiu após o empate (1-1) na visita ao terreno da Ponte Preta, na segunda ronda do Campeonato Paulista, onde soma quatro pontos.