"Problema fiscal? Não posso aceitar, sei que vou receber, agora sou credor"
Fernando Santos, selecionador de Portugal, deu uma entrevista à Sport TV.
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Sem qualquer dívida com o Fisco: "Abalado não, mas doeu, doeu. Houve muita mentira. É fruto das mentiras, duas coisas totalmente falsas. Sobre a minha empresa, desde treinador no Estoril sempre trabalhei, trabalhei num hotel, desde 1995 tenho empresas. Sempre tive outras atividades além do futebol. Não nasci rico, tive de me organizar. Tive empresas legais pagando impostos. Sobre esta empresa, estava na Grécia era residente habitual e fiscal e resolvi fazer investimentos em Portugal. Podia ter feito na Grécia, não pensava sair de lá, mas vim abrir uma empresa em Portugal que pagou os seus impostos cá. Não foi constituída com questões de fisco. Foi para adquirir ações numa empresa em Portugal e foi o que fez três meses depois. É uma empresa auditada, tem TOC e ROC. É transparente, sempre pagou impostos, não é fictícia."
Ainda a questão do Fisco: "O fisco exigiu que pague. Mas pague o quê? Sempre pagou. Essa falsidade enorme de que o fisco me acusou... o fisco nunca me acusou, nunca me levou ao tribunal. Não me exigia IRS. O Fernando Santos, e acontece que pagou duas vezes. A minha empresa pagou IRC, num modelo que a Federação escolheu. Os contratos estão na AT desde 2016. A minha empresa foi inspecionada desde 2017. Paguei mais de 80%. A AT tem em seu poder mais de 80% dos rendimentos que eu e os meus colabores recebemos aqui. Magoa que digam que criei empresa para fugir ao fisco. A Federação escolheu um modelo contratual. O doutor Fernando Gomes, uma pessoa de bem, impoluta, propôs que, em virtude do que tinha acontecido com Paulo Bento e a sua equipa técnica e depois com Carlos Queirós, entendeu que era melhor um contrato de prestação de serviços. Perguntei se era tudo normal. Há milhares de pessoas neste país que têm uma empresa e prestam serviços. É legítimo. Os tribunais irão decidir, não tenho de fazer juízos de valor. É legítimo e legal o que se fez. Ninguém tem de ficar aflito. A AT teve um entendimento diferente. Veio dizer que 'ok, é legal, mas o contrato não devia ser entre duas empresas, mas entre Federação e Fernando Santos'."
Recurso e dinheiro a receber: "Uma empresa paga IRC e depois se quiser levantar o dinheiro paga 28% de IRS. A minha empresa pagou IRC, o Fernando Santos pagou IRS mais juros. Por isso disse que 80% dos vencimentos em 2016 e 17 estão na AT. Fui eu que recorri. Eu recorri, porque não me parece legítimo que um português pague 80% de impostos. Já paguei IRS e IRC, paguei de dois lados, digam-me então como é. Agora sou o credor. Têm de pagar a mim ou à minha empresa. Impugnei para os tribunais administrativos e vou fazer o recurso está semana para o Supremo. Sei que no fim vou ter de receber. Ou vou receber IRS ou a empresa vai receber o IRC. Está lá 80% e isso não posso aceitar. Não foi a Autoridade Tributária que levou o Fernando Santos a tribunal. Eu é que recorri. Nunca fui acusado de fraude fiscal, nunca fui acusado de nada."
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