Em causa os castigos aplicados a Real Madrid, Barcelona e Juventus por terem avançado para a criação da contestada e concorrencial Superliga
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Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, incorre na eventualidade de ser processado pelo crime de desobediência caso o órgão europeu não anule as sanções impostas aos clubes fundadores da Superliga, declarou um juiz do 17.º Tribunal de Madrid.
Através de um acórdão publicado pela instituição espanhola, esta segunda-feira, Manuel Ruiz de Lara indica que a UEFA "não provou que tenha procedido à anulação do processo disciplinar" contra Real Madrid, Barcelona e Juventus e, por isso, atuará judicialmente se mantiver "uma vontade obstrutiva".
"A passividade e omissão da UEFA relativamente às medidas cautelares adotadas e as injunções emitidas apenas confirmam uma estratégia rebelde destinada a frustrar o cumprimento das decisões judiciais, a fim de tornar efetivo o perigo de atraso processual que tenta evitar com medidas cautelares", diz no acórdão.
O juiz do 17.º Tribunal de Madrid frisa que a UEFA está "fora do Estado de direito, na promoção de práticas que comprometem o princípio da livre concorrência no mercado para a organização de competições de futebol profissional na União Europeia", lê-se.
Em 30 de junho, o Tribunal de Justiça de Madrid já havia declarado, "com efeito imediato", que a UEFA estava obrigada a "suspender as ações tomadas contra todos os clubes fundadores da Superliga Europeia" - Real Madrid, Barcelona e Juventus -, além de ter que "arquivar o processo disciplinar".
A deliberação do tribunal espanhol estipulou também a "eliminação das penalizações e restrições impostas aos restantes nove clubes fundadores para que estes evitem a ação disciplinar da UEFA".