Procuradoria helvética abriu processo contra Gianni Infantino
Corpo do artigo
A Procuradoria suíça abriu um processo-crime contra Gianni Infantino, presidente da FIFA, devido ao seu envolvimento com o demissionário procurador-geral daquele país, Michael Lauber, indiciado por "abuso de cargo público, quebra de sigilo, assistência e incitamento a infratores", noticia a BBC (Inglaterra).
Tudo por causa de encontros secretos mantidos entre ambos, reuniões informais não declaradas, aquando da investigação do escândalo de corrupção que abalou a FIFA em meados desta década. Lauber, entretanto, pediu a demissão do cargo na passada semana, depois de ter sido sancionado com um corte salarial de oito por cento pelo Ministério Público da Suíça, por ter mentido e obstruído a investigação disciplinar que era alvo, castigo que fora reduzido para cinco por cento, na sequência do recurso aceite parcialmente pelo Tribunal Administrativo Federal (TAF).
12480458
Apesar de ambos já terem negado qualquer irregularidade ou ilegalidade, os serviços do procurador-geral anunciaram a sua renúncia na passada terça-feira, depois de o procurador especial Stefan Keller, nomeado para investigar o caso há um mês, ter encontrado indícios de conduta criminal relacionada com as reuniões que ambos mantiveram, conforme comunicado da Procuradoria helvética.
Lauber poderá ter que responder diante de comissão parlamentar, na medida em que foi solicitado o levantamento da sua imunidade.
"No essencial, foram violados os deveres do procurador-geral, em particular no que diz respeito à terceira reunião com o presidente da FIFA, também considerada uma violação grave dos seus deveres", lê-se no comunicado do TAF, que reconhece que Lauber "prejudicou a reputação" do Ministério Público, sem estar ciente da "ilegalidade dos seus atos".
Em comunicado, Lauber disse "respeitar a decisão do TAF", mas continuando "a rejeitar veementemente a acusação de mentir".
Atualmente, estão abertos processos penais contra três ex-dirigentes do organismo que rege o futebol mundial, incluindo o antecessor de Infantino, o suíço Sepp Blatter, e o atual presidente do Paris Saint-Germain, Nasser al-Khelaifi, sendo que todos eles negaram quaisquer irregularidades.