O treinador assumiu o comando técnico do Omonia Aradippou a meio da época e contabiliza 14 vitórias em 22 jogos, que o catapultaram para o segundo lugar. Na próxima jornada, o clube pode festejar a subida ao principal escalão do Chipre, caso vença o Alya Nappa e os dois perseguidores diretos não ganhem os seus jogos.
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Hugo Martins está perto de fazer história na II Liga do Chipre, ao serviço do Omonia Aradippou, emblema ao qual chegou em meados de outubro. Quando assumiu o comando do clube, conseguiu quatro vitórias seguidas, num saldo de 14 em 22 jogos até então, que deixam a equipa com a possibilidade de assegurar a subida de divisão caso vença na próxima deslocação ao Alya Nappa (sábado) e os dois diretos perseguidores não ganhem os seus jogos. Esta é a segunda experiência neste país do treinador, de 46 anos, que há duas temporadas tinha orientado o PO Xylotymbou, tendo pelo meio passado pelo Black Bulls (Moçambique). “Este foi um regresso ao Chipre motivado pela qualidade e estilo do nosso jogo, na primeira experiência no país. Queria provar que era possível jogar num estilo de jogo ofensivo, assente no ataque posicional e vencer mais vezes nesta II Liga. Espero poder de alguma forma influenciar, que não é possível vencer esta competição somente com a cultura do jogo direto e muito assente nas transições ofensivas”, revelou Hugo Martins a O JOGO.
A três jornadas do fim do campeonato, o técnico já poderá festejar na próxima a subida de divisão. “Vamos continuar nos próximos jogos a defender o nosso sonho, que é a subida de divisão. A Direção tinha o sonho de subir à I Liga, apesar do nosso orçamento ser muito inferior aos principais candidatos. Estamos a lutar por esse sonho, tomando-o como nosso e com o apoio dos nossos incríveis adeptos”, constatou o treinador natural de Cascais e que em Portugal já passou pelo Sertanense, Real, Loures, Cova da Piedade, Belenenses, entre outros.
Sobre as mudanças que operou desde a chegada ao Omonia Aradippou, Hugo Martins abriu um pouco o jogo. “Acima de tudo, mudámos o estilo de jogo da equipa com os mesmos jogadores. Estes tiveram coragem para jogar com maior risco na fase de construção e na criação, outro dos aspetos fundamentais para estes resultados e nos quais estivemos 16 jogos sem perder e 13 sem sofrer golos. Houve uma grande qualidade da equipa na transição defensiva e organização defensiva”, vincou.
Em relação ao futuro, o treinador tem o desejo de se manter no Chipre. “Quero continuar a trabalhar aqui porque sempre me senti valorizado e respeitado. Amo o meu país e tenho orgulho em ser português, mas por inúmeros fatores é muito difícil pensar num regresso a Portugal”, avaliou Hugo Martins, que também abordou a curta passagem por Moçambique. “Tinha o sonho de trabalhar em África e Moçambique foi a oportunidade para o realizar. É um clube com ótimas estruturas físicas, boas condições de trabalho e tem a preocupação na formação dos jovens talentos. Foi uma ótima experiência, muito enriquecedora em termos desportivos e culturais, mas saí no momento certo, até porque surgiu, imediatamente, a possibilidade de regressar a um sítio onde queria voltar”, finalizou.