Experiência dos uruguaios em Mundiais quase duplica a de Portugal, que tem o grupo mais jovem de sempre em grandes provas.
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Fernando Santos já disse várias vezes que a eliminação nos oitavos de final do Mundial"2018, frente ao Uruguai (2-1), deixou-o com um sabor amargo na boca e hoje (19h00), em Lusail, o Engenheiro e a Seleção Nacional terão a oportunidade de vingar essa derrota contra uma equipa famosa pela "garra charrua".
Isto, sabendo que, em caso de vitória, a formação das Quinas garante automaticamente a passagem aos oitavos de final. Pela frente está um adversário exigente, dono de maior andamento em campeonatos do Mundo do que Portugal. O lote de 26 eleitos de Diego Alonso tem um acumulado de 113 jogos na competição, enquanto o combinado luso soma quase metade: 69. Um número que pode causar estranheza quando se olha para o cartel internacional da Seleção, mas há fatores que explicam tamanho desnível. O melhor é irmos passo a passo.
Numa análise rápida aos convocados das duas equipas, percebe-se que Portugal atravessa um processo de renovação mais acelerado do que o Uruguai. Fernando Santos chamou 16 jogadores que nunca tinham estado num Mundial - 17, se contarmos Rúben Dias, que esteve em 2018, mas não jogou - e, contra o Gana, promoveu a estreia de uma dezena (ver caixa). Alonso, por sua vez, tem menos três futebolistas que chegaram ao Catar sem Mundiais no currículo e conta com um capital de veteranos que desequilibra a balança: Muslera (16 jogos em Mundiais), Cavani (15), Godín (15) e Luis Suárez (14 jogos), quatro jogadores que estão no quarto Mundial das respetivas carreiras.
No somatório de partidas dos plantéis a Seleção fica a perder, mas Cristiano Ronaldo é quem disputou mais jogos: 18, em cinco presenças. Em caso de vitória, Portugal garante uma vaga nos "oitavos".
Contudo, no encontro desta segunda-feira, será português o jogador mais rodado na competição, que, logicamente, dá pelo nome de Cristiano Ronaldo. Autor de um golo na vitória da última quinta-feira, que fez dele o único futebolista a conseguir faturar em cinco edições do Mundial, CR7 já alinhou em 18 partidas na prova. Por outro lado, o capitão das Quinas encabeça um grupo de trabalho jovem, que é, aliás, o mais jovem de sempre de Portugal em fases finais de grandes competições. A média de idades dos 26 eleitos de Santos é de 26,4, sendo que só no campeonato da Europa de 1996 - geração de Figo, Rui Costa, João Vieira Pinto, entre outros -, houve uma média tão baixa, no caso igual. Algo de importância relativa, uma vez que qualquer um dos lusos em prova está habituado, semana após semana, a atuar nos mais exigentes campeonatos europeus.
Em relação ao Portugal-Uruguai de há quatro anos, nota para a presença de oito "sobreviventes" do lado português e nove nos charruas. Houve outros seis jogadores que não saíram do banco, mas que estão nas duas convocatórias. As memórias são, portanto, transversais a ambas as seleções, mas a portuguesa terá em mente substituí-las por outras, mais agradáveis.
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