Portugal vai apresentar nos Jogos Paralímpicos Rio'2016 a terceira maior comitiva de sempre, depois de Sydney2000 e Atenas2004, com 17 estreantes entre os 27 atletas que vão competir em sete modalidades.
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Com 88 medalhas conquistadas nas 14 participações anteriores, Portugal vai estar representado no Rio de Janeiro, entre 07 e 18 de setembro, nas modalidades de atletismo, boccia, ciclismo, equestre, e natação, estreando-se nos torneios de judo e tiro.
Há quatro anos, em Londres, com uma comitiva de 30 atletas, Portugal conseguiu a participação mais 'pobre' de sempre, com a conquista de duas medalhas de bronze e uma de prata, nas modalidades de atletismo e boccia.
Em Pequim, em 2008, com uma comitiva de 35 atletas, que concorreram em sete modalidades, Portugal arrecadou sete medalhas, menos cinco do que as conquistadas em Atenas2004, quando a representação lusa foi assegurada por 41 desportistas.
A estreia dos atletas lusos ocorreu na IV edição dos Jogos, em Heidelberg, na Alemanha, no ano de 1972, com a participação da equipa masculina de basquetebol de cadeira de rodas, que não chegou ao pódio.
Esta edição dos Jogos Paralímpicos destinava-se apenas a atletas paraplégicos e similares, com a equipa lusa a incluir nove basquetebolistas do Hospital Ortopédico de Santana e do Centro de Medicina de Reabilitação do Hospital de Alcoitão.
Depois de um interregno de 12 anos, Portugal iniciou a sua participação continuada em Jogos Paralímpicos em Nova Iorque1984, com 29 atletas de cinco desportos, que conquistaram 14 medalhas (quatro de ouro, três de prata e sete de bronze).
O atletismo foi a modalidade que conquistou mais pódios (10), enquanto a seleção de boccia logrou tornar-se na primeira campeã da modalidade, que se estreou nesse ano.
A constituição da missão lusa esteve a cargo da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, que organizou nesse ano o primeiro campeonato nacional de desporto para a paralisia cerebral.
Em Seul1988 foram contabilizadas 14 medalhas pela delegação de 13 desportistas de atletismo e boccia. Além das nove medalhas conseguidas no atletismo, foram ainda batidos dois recordes mundiais e um paralímpico.
Nesse mesmo ano deu-se a fundação legal da Federação Portuguesa de Desporto para pessoas com Deficiência (FPDD), que permitiu o alargamento das participações em Jogos a atletas de outras classes desportivas.
Assim, em 1992, registaram-se as estreias de atletas cegos, amputados e "les autres" (outras deficiências motoras), de nadadores e a primeira medalha no futebol de sete (paralisia cerebral).
No total da IX edição, dividida entre Barcelona (para deficientes visuais e motores) e Madrid (competição oficiosa para deficientes intelectuais), os 29 portugueses que estiveram na capital catalã averbaram nove medalhas (três de ouro, três de prata e três de bronze) e três recordes da Europa em atletismo.
Na edição X dos Jogos Paralímpicos, que decorreram em Atlanta, os atletas mentais/intelectuais entraram pela primeira vez em provas de demonstração e a missão das 'quinas' conseguiu 14 medalhas (seis de ouro, quatro de prata e quatro de bronze).
A marcar esta participação esteve o primeiro plano de preparação paralímpica atribuído ao abrigo do decreto-lei 125/95, referente ao direito e acesso dos atletas deficientes à alta competição.
Para Sydney2000 foi lançado o primeiro programa de marketing, denominado "Super Atleta", e foram conquistados novos direitos, como a atribuição de prémios pecuniários pelas medalhas conquistadas.
Para as contas do medalheiro, entraram 15 medalhas, alcançadas pela maior delegação de atletas paralímpicos portugueses: 52 (dos quais 34 eram estreantes).
O contrato-programa de preparação para os Jogos Rio2016, celebrado entre o Comité Paralímpico de Portugal e o Governo, tem um valor global de 3,8 milhões de euros, verba que supera em cerca de 1,5 milhões de euros o de Londres2012.