Em 21 jogos, Portugal apenas venceu cinco, mas só um foi a valer, para a qualificação do Mundial da Suécia de 1958.
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Portugal vai estrear-se hoje na Liga das Nações, frente à Itália num Estádio da Luz a prometer bancadas animadas, atendendo à intensa demanda de bilhetes por parte dos apaniguados da seleção. O jogo, referente ao Grupo A3 da novel competição da UEFA, vai opor os portugueses a um dos "piores" adversários de toda a sua história, dado o histórico de confrontos entre as duas nações.
Os números dizem-nos que a derrota é quase um dado adquirido... até Fernando Santos chegar à seleção. Sim, porque foi preciso esperar 39 longos anos para Portugal voltar a derrotar os transalpinos, depois de em 1976 um bis de Nené chegar para a festa. Assim, num particular disputado em 2015, bastou um golo solitário para enterrar um longo borrego e logo com um tiro certeiro daquele que escreveu a página mais dourada do nosso futebol: Éder - autor do tiro que ditou a conquista do primeiro Europeu.
À falta de Cristiano Ronaldo nos convocados, a tática vai derivar de um 4x4x2 para um 4x3x3, a mesma que esteve na base do sucesso de há três anos. Enterrado um carrasco que perdurou por quase quatro décadas, falta, agora, exorcizar o maior dos fantasmas: vencer os italianos num jogo a valer, numa competição a pontos, que valha algum troféu. E aqui o cenário é ainda mais negro: é preciso recuar a 1957, há 61 anos, portanto, para encontrar uma, e única, vitória de Portugal ante o visitante de hoje.
Na altura, tal como agora, o jogo coincidiu com um período menos auspicioso dos italianos, já que acabariam por não se qualificar para o Mundial da Suécia 1958, o mesmo sucedendo agora na Rússia, curiosamente as únicas duas vezes que a squadra azzurra não participou na fase final de um campeonato do mundo.
Nesse tempo, três golos de grandes figuras do futebol português, entretanto falecidas, casos de Vasques (Sporting), António Teixeira (FC Porto) e Matateu (Belenenses), serviram de lição a uma equipa que agora volta a visitar o país numa altura em que as bandeiras da contestação movem-se com vigor na "bota mediterrânica".
O escândalo da não classificação da Itália para o recente Mundial da Rússia abriu feridas ainda não curadas, como atesta o último empate, caseiro, diante da Polónia, no embate que inaugurou este grupo da Liga das Nações, pelo que a lógica leva a pensar que, de parte a parte, não faltam motivos para "meter-se toda a carne no assador" no fito de uma vitória tão desejada.