Polémicas, saídas e sem patrocinador: crise do Corinthians sem fim à vista
Clube que tem António Oliveira como treinador passa por um momento delicado com escândalos de corrupção, desempenho dentro de campo e transferências forçadas
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Os problemas do Corinthians não parecem ter fim à vista. Esta sexta-feira, o principal patrocinador do clube rescindiu o contrato entre as partes, o diretor financeiro e o diretor de futebol renunciaram e a equipa pode sofrer um “transfer ban”.
Tudo começou há pouco tempo, no dia 20 de maio, quando o jornalista Juca Kfouri revelou que a empresa que intermediou o acordo entre o clube paulistano e seu patrocinador, a casa de apostas Vaidebet, tinha testa-de-ferro.
A pessoa que teve o nome usado como sócia da empresa intermediadora disse em entrevista ao UOL que tem medo de morrer e que já passou fome. Também é visível que vive numa condição análoga à de miséria e muito distante do local onde a empresa se encontra.
Com tamanha polémica, a Vaidebet anunciou que rescindiu seu contrato com o clube. O custo da rescisão para a casa de apostas foi de 30 milhões de reais, ou aproximadamente 5,2 milhões de euros na cotação atual.
Após a rescisão do contrato ser anunciada, os diretores Rozallah Santoro, responsável pelo setor financeiro, e Fernando Alba, responsável pelo setor de futebol, renunciaram de seus respetivos cargos. Não foram os primeiros a bater com a porta - Yun Ki Lee, diretor jurídico, e Fernando Perino, diretor jurídico adjunto, também entregaram seus cargos, mas no dia 25 de maio.
Como se isso tudo não bastasse, o Corinthians deve ser processado pelo Santos Laguna, clube mexicano, por atraso na parcela da compra de Félix Torres. Os mexicanos vão à FIFA e, caso os alvinegros não consigam pagar a dívida, serão punidos com um “transfer ban” e não poderão contratar jogadores na próxima janela de transferências.
Não seria uma situação tão crítica para muitos clubes, mas o gigante da capital paulista tem apenas cinco pontos em sete jogos disputados neste Brasileirão, e a pressão sobre António Oliveira é grande. Parte dos adeptos entende que o treinador está a trabalhar com o que lhe foi dado, mas ainda há a frustração natural de quem quer a equipa a vencer.
Além da frustração dentro de campo, um dos maiores ídolos de sua história, Cássio, saiu no último mês para o Cruzeiro após não receber tempo de jogo no Corinthians, e o guarda-redes que afastou Cássio do onze inicial, Carlos Miguel, deve sair em julho para o Nottingham Forrest. O terceiro guarda-redes, Matheus Donelli, também não deve ficar para o próximo ano e não aparenta querer renovar o contrato.
Com todos os problemas dentro e fora de campo, o Corinthians passa por uma grande crise. Resta saber se será só um período tempestuoso, ou uma situação semelhante à do Cruzeiro em 2019.