"Pela capacidade física e versatilidade, comparo Renato Veiga a Desailly"

Renato Veiga é um defesa-central, um lateral-esquerdo ou um médio? "Pode desempenhar bem várias posições, mas eu utilizei-o como médio centro à frente da defesa. Assim aproveitei a sua proeminente capacidade física, a sua agressividade, a sua capacidade de jogar curto ou longo, o seu excelente pé esquerdo."

As melhores qualidades: "A personalidade. É um jogador que tem confiança nos próprios meios, um rapaz otimista por natureza. Sempre positivo. Quando cheguei ao clube encontrei-o e achei-o maturo. No início só fiz 2-3 coisas, era preciso colocar a equipa em ordem o mais rapidamente possível porque a equipa era última a 5 jornadas da penúltima e apostei na objetividade, simplicidade e solidez. Sem muitos floreados. A sua disponibilidade foi total. Tal como o seu espírito de abnegação."

Como o vê na Juventus? "Muito bem. É um perfil interessante, importante. Em Turim deveria jogar como defesa-central, diga-se. Pode fazer grandes coisas mesmo nessa posição enquanto é menos dotado para jogar como lateral-esquerdo: quando necessário pode fazê-lo mas não é a sua posição ideal. Pode jogar como central numa defesa a quatro ou à frente de uma defesa a três. É um equilibrador."

Com quem se assemelha? "Difícil. Pela sua capacidade física e versatilidade tentaria compará-lo um pouco a Desailly, do Milan de Capello."

Um defeito: "Tem apenas 21 anos, é normal que tenha de crescer. Gradualmente. Deve tornar-se mais contínuo. Num grande clube como a Juventus as oportunidades para chegar ao topo não são muitas. É preciso aproveitar alguns pormenores do seu carácter."

Mantêm-se em contacto? "De vez em quando falamos por WhatsApp. Entre nós há sempre uma boa relação. Deixou-me uma linda mensagem na semana passada quando estava a partir para Londres."

Não se afirmou no Chelsea: "Não é fácil encontrar espaço numa equipa profunda e com tanta concorrência como a do Chelsea. Sobretudo quando se é tão jovem. A competição é feroz. Maresca, porém, deu-lhe ampla confiança na Conference League onde o Chelsea está no lugar certo. Aquela confiança que agora lhe será dada pela Juventus chamada a gerir o vazio deixado por Bremer e Juan Cabal."