Pedro Santos é o dono do sonho americano: "MLS é muito superior à Arábia Saudita"
Médio é o único português que já conquistou a MLS. Mudou de clube esta temporada, sendo treinado pela lenda inglesa Wayne Rooney; A cumprir a 7.ª temporada (DC United) nos Estados Unidos, Pedro Santos está feliz e tenciona ficar por terras do Tio Sam quando finalizar a carreira. Não faltam elogios ao treinador.
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Aos 34 anos, Pedro Santos é o jogador português com mais relevo ganho na MLS. Cumpre a sétima temporada na distinta competição, tendo mudado agora de clube, deixando para trás o Columbus Crew para assinar pelo emblema da capital, DC United. Foi campeão da MLS em 2020, e vencedor da CONCACAF Cup em 2021, tornando-se um elemento com uma marca vitoriosa inestimável. Está bem patente, aqui, o sucesso do sonho americano. E a troca de clube aos 35 anos foi encarada como solução natural face ao que já fora vivido em Columbus.
"Foi uma opção, não tive muita escolha ao terminar contrato. As coisas não se alinharam para seguirmos juntos e o DC mostrou um interesse muito forte desde o início. Isso chamou-me a atenção, sendo um clube com grande história na MLS e que me dá elevadas garantias. Aceitei a oportunidade e sinto-me muito feliz por estar aqui", documenta o extremo português, seis jogos na nova equipa, formado no Casa Pia e que se notabilizou ao serviço do Braga, antes de dar o salto para os Estados Unidos. Os muitos anos passados nesta palpitante realidade redundaram numa sensação de satisfação que afasta saudades de casa.
"Olhando às conquistas que tive, às coisas que tenho vindo a fazer, sendo um estrangeiro reconhecido numa Liga de muita qualidade, não posso esconder o orgulho do sucesso que tive aqui. Afinal, fui o primeiro português a vencer a MLS. Nunca pensei em voltar a Portugal, nunca foi um desejo, nem agora que terminei o contrato com o Columbus. O meu futuro passa por aqui, sinto-me muito bem e vou respeitar estes dois anos de contrato com o DC United. Já tenho mais ou menos assumida a vontade de terminar aqui a carreira e ficar a viver por cá, até porque o meu filho mais novo já nasceu cá e tenho uma filha a pouco tempo de nascer", conta Pedro Santos, longe de quaisquer remorsos pelo trilho escolhido para a carreira. "Não me arrependo de nada, fazia tudo outra vez! Muito feliz na MLS. Em Braga é certo que fiz uma grande temporada mas estava com 29 anos, não esperava já nada de especial ou algum clube de topo. Foi uma altura que achei que merecia oportunidades na Seleção mas não surgiram e foi algo que nunca me afetou muito, porque haviam imensas opções. Ao vir para cá sabia que era assunto encerrado. O melhor para mim foi acautelar o futuro e a família", expressa como conduziu as prioridades.
Pedro Santos vai saboreando, nesta altura, a experiência de ser jogador de Wayne Rooney, uma das grandes figuras do futebol europeu da década passada, tendo o inglês regressado ao emblema onde jogou em 2018 e 2019 e com grande protagonismo na MLS.
"É obviamente uma lenda por tudo o que fez. Para mim é uma honra e um privilégio estar a viver este capítulo com ele e a aprender tanto. Ele teve um impacto enorme quando veio como jogador, tanto na equipa como na Liga e acredito que o impacto dele como treinador será igual. O clube precisava de uma mudança e acredito que ele possa ser o rosto de coisas diferentes. Com a sua experiência irá ajudar muito", confessa.
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Muito melhor do que a Arábia
Pedro Santos granjeia a sua reputação nos Estados Unidos, estando a sua dimensão no Columbus Crew ilustrada em 174 jogos e 26 golos, isto para além dos importantes títulos somados. Reconhece Pirlo como o melhor jogador que viu atuar na MLS, entre outras figuras de primeiro plano que decidiram experimentar a prova. Perante os ganhos de importância da Liga Saudita e a incessante busca de estrelas após contratação de Cristiano Ronaldo, o antigo extremo do Braga não teme qualquer desvalorização do campeonato americano.
"A única diferença é o dinheiro. Na Arábia Saudita apenas existe atração financeira. Aqui tem os dois lados, pagam bem mas a qualidade de Liga é muito superior, seja pelos clubes, pelos jogadores ou pela organização interna. Aqui são padrões muitos elevados e a Liga continua a crescer muito, até porque há um investimento em jovens de muita qualidade. Na Arábia Saudita podem pagar o que quiserem ao Cristiano e até ao Messi. Esses valores aqui são absurdos", reage Pedro Santos, que tem dois compatriotas atualmente na MLS: o lateral esquerdo Luís Martins, nos Vancouver Whitecaps, e o médio Nuno Santos, em Charlotte.
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