Pedro Neto em entrevista a O JOGO: "Gosto de ir no um contra um, de desequilibrar"
A cumprir a segunda temporada no Wolverhampton, o jovem internacional luso ganhou importância no conjunto de Nuno Espírito Santo e nem se importa onde joga, desde que seja utilizado.
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Pedro Neto mal teve tempo de provar o futebol português, com três jogos na equipa do Braga saiu aos 17 anos para a Lázio, mas foi em Inglaterra, que o jogador de 20 anos começou a mostrar o porquê de tantos lhe augurarem um futuro brilhante. Na véspera do final do ano falou a O JOGO e contou alguns "segredos".
Pedro Neto considera estar perfeitamente adaptado ao futebol inglês e mais forte fisicamente para triunfar
Como está a correr-lhe a época pessoalmente?
-Muito bem. Estou contente pela forma como as coisas estão a correr no clube e também pela primeira chamada à Seleção foi um dos momentos mais altos da minha curta carreira. Espero melhorar até ao final da época.
Nesta segunda época nos Wolves o que mudou e o ajudou a render mais?
-Embora não tenha sentido grandes dificuldades de adaptação, os muitos portugueses ajudaram, estou mais adaptado ao futebol inglês e mais maduro. Este é um campeonato muito difícil, muito físico e eu, quando cheguei, não era muito forte fisicamente. Evoluí nesse aspeto. Ajudou-me muito todo o trabalho que a equipa técnica fez por mim.
Joga habitualmente a extremo, mas também já alinhou mais adiantado num ataque a dois. Como prefere jogar?
-Desde que o míster me ponha a jogar estou satisfeito. Costumo jogar na esquerda como extremo, mas a minha posição preferida é do lado direito. Jogando mais na frente, se calhar tenho mais chegada à área e mais espaço para encarar os adversários no um contra um. A partir da ala, provavelmente, tenho mais bola e também espaço e possibilidade de ir para o um contra um.
A vantagem de jogar na direita é poder fletir para o centro e fazer uso do remate de pé esquerdo?
-Sim, se bem que na esquerda também gosto de puxar a bola para o pé direito. Mas partindo da direita posso puxar a bola para o meu pé mais forte, o esquerdo.
Para quem segue os jogos dos Wolves, salta à vista que está a jogar com enorme confiança, sem medo de assumir riscos. Foi sempre assim?
-É algo de natural na minha forma de jogar. Mas a confiança aumenta à medida que as coisas correm bem. Foi sempre uma característica minha procurar o um contra um, gosto disso, de desequilibrar. É algo que tenho procurado desenvolver.
Para os Wolves a perda do Jiménez mudou muita coisa. Obrigou-vos a uma grande adaptação?
-Sim. É diferente jogar com o Raúl ou sem ele. Estamos a falar de um jogador que além de ser muito forte com bola é também muito trabalhador, faz-nos falta como referência no ataque, apesar do Fábio também estar a jogar bem, mas com outras características. O Raúl é um jogador mais de área e o Fábio tenta ajudar mais na construção. Tivemos de nos adaptar, tivemos jogos em que estive eu e Podence na frente, sem nenhuma referência. Mas foi essa infelicidade que aconteceu com o Raúl que nos ajudou a melhorar, porque tivemos de nos adaptar, de superar dificuldades.