Pedrinho: "Ucrânia? Sempre que falava com família, despedia-me como se fosse a última vez"
Avançado brasileiro, ex-Benfica, que esteve refugiado num abrigo de um hotel em Kiev, partilhou um testemunho sobre o vivido e sentido na Ucrânia face à agressão russa
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É mais um entre os relatos emocionados de futebolistas que presenciaram o início da ofensiva militar da Rússia na Ucrânia. Pedrinho, jogador do Shakhtar Donetsk, detalhou o transtorno psicológico enquanto vivenciava o confronto bélico.
"Foram dias difíceis passados, sem saber o que poderia acontecer connosco, todas as vezes em que falava com a minha família despedia-me como se fosse a última vez, pois não sabia se voltaria a falar com eles e em todo momento demonstrando força para que ninguém ficasse mal, mas destruído por dentro e com medo", escreveu o jogador brasileiro, ido para a Ucrânia em 2021 oriundo do Benfica.
A "regressar a casa", transportado numa viagem de comboio obtida com a ajuda do Shakthar Donetsk, Pedrinho, combalido pelo experienciado num cenário de destruição, dor e morte, sugeriu a demonstração de amor aos mais próximos.
"Penso em tudo aquilo que passámos e reflito que tudo o que tivermos de fazer... faça de imediato, abrace, fale que ama, demonstre afeto, pois, no dia de amanhã, não sabemos o que pode acontecer", referiu o avançado.
Pedrinho, por fim, dirigiu um "agradecimento" a todos os "amigos" que o acompanharam desde o início da invasão russa em território da Ucrânia, que se prolonga há cinco dias, e apelou ao fim da guerra. "Acabem com isso", frisou.
Pedrinho, de 23 anos, que esteve refugiado num abrigo de um hotel em Kiev, a proteger-se dos bombardeamos russos, juntamente com mulher, filha e colegas de profissão, tem um contrato válido com o Shakhtar Donetsk até 2025.