
O ex-selecionador nacional, Paulo Bento, negou que tenha pedido a demissão dias depois da derrota com a Albânia.
"Na quarta-feira, depois do jogo com a Albânia, o presidente da federação comunicou-me que não iriam continuar a contar com os meus serviços. A decisão foi da direção", disse Paulo Bento, na entrevista à RTP Informação.
A decisão foi de Fernando Gomes? "Se fosse só pela vontade de Fernando Gomes, continuaria a ser selecionador. Depois do jogo com a Albânia, ele terá falado com outras pessoas e chegou-se à conclusão de prescindir dos meus serviços. Não foi só uma decisão do presidente E não partiu de mim a decisão de deixar o cargo".
Razões da demissão:"Não existiam as mesmas condições, pelo o que se passou no Mundial teve a consequência máxima depois do jogo da Albânia, que tínhamos a obrigação de ganhar. Houve uma conversa aberta. O jogo com a Albânia foi a gota de água e haveria coisas anteriores e que vieram à baila. Suponho que seja uma decisão da direção da federação".
O ciclo da renovação: "Fui honesto com o presidente e disse-lhe que não restavam as condições que existiam antes. Além do resultado com a Albânia, e do que se passou no Mundial, há também a questão da renovação da seleção. Eu sempre defendi que deveria existir um ciclo de dois anos e não do Mundial para o jogo com a Albânia. Não estou seguro que partilhássemos todos dessa mesma ideia, creio que havia uma expetativa que essa renovação fosse maior do que aquela que eu perspetiva e pretendia. E acho que isso acabou por ter algum peso agregado ao resultado e ao mundial. Havia no fundo um pensamento comum que era preciso renovar, mas o pensamento não era assim tão comum".
Ser honesto: Não sei se abri a porta para sair. O que eu sei é que fiz o que tenho feito sempre desde que trabalho: ser honesto. Não posso dizer ao meu presidente, que é uma pessoa que respeito e com quem manterei uma boa relação profissional, algo que não sinto. Tenho de ser honesto e foi isso que fiz nessa terça-feira".
