Apelidado de "novo Messi" depois de ter batido recordes de precocidade no Barcelona, conheceu campeonatos de seis países diferentes.
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A 19 de setembro de 2007, num jogo da Liga dos Campeões contra o Lyon que o Barcelona ganhou 3-0, Messi saiu nos minutos finais da partida para dar lugar ao adolescente Bojan Krkic.
Dias depois, a cena repetiu-se, mas num encontro da liga espanhola, no Camp Nou, diante do Sevilha, que supôs a estreia no campeonato do avançado que tinha cumprido 17 anos em agosto.
Um mês após o "batismo", a 20 de outubro, Bojan estreou-se a marcar pela equipa principal do Barcelona, contra o Villarreal, entrando diretamente para o livro dos recordes do clube espanhol: tornara-se, aos 17 anos e 53 dias, o mais jovem de sempre a marcar em La Liga (registo batido há dois anos por Ansu Fati).
O arranque promissor, culminado por uma marca de dez golos na liga espanhola no ano de estreia, valeram-lhe uma comparação inevitável. "As pessoas começaram a dizer, "sim, é o novo Messi"", recordou Bojan numa entrevista de 2019 à BBC, referindo que reagiu com pouco mais do que um encolher de ombros. "Não se pode fazer nada a esse respeito. Conheço as minhas qualidades e sei que não sou Messi. Sou Bojan", disse ainda nessa entrevista que aqui é recordada a propósito do destino que voltou a unir os dois produtos da formação do Barcelona mas apenas no tempo. Não na distância: enquanto o "Messi original" se despediu em lágrimas da casa onde esteve desde os 13 anos, sendo esperado em Paris para assinar e ser apresentado pelo Paris Saint-Germain, onde será mais um craque e milionário, Bojan Krkic, o "novo Messi", foi onte, , segunda-feira, notícia por ter assinado pelo Vissel Kobe, do Japão.
Curiosamente, no emblema japonês, Bojan reencontrará uma estrela do passado recente do Barcelona, Iniesta, de 37 anos, assim como uma equipa onde jogar, o que não sucedia desde o final de 2020, quando deixou os canadianos do Montreal Impact, da Major League Soccer.
Ao contrário do "verdadeiro Messi", a carreira de Bojan, agora com 30 anos, percorreu uma variada geografia e transferências diversas. Em 2011, foi comprado pela Roma por 12 milhões de euros e um ano depois emprestado aos também italianos do Milan. No final da cedência, foi recomprado pelo Barça, por 13 milhões e logo de seguida emprestado ao Ajax, da Holanda, onde passou uma temporada antes de ser transferido para o Stoke City (Inglaterra), por 1,8 M€. Sucederam-se Mainz (Alemanha) e Alavés (Espanha) na lista de destinos e, de novo, emprestado, até chegar a Montreal, em agosto de 2019, a custo zero.
"Esta oportunidade é uma das melhores, tanto pessoal como profissionalmente", disse agora Bojan sobre a ida para o Japão, onde terá a oportunidade de viver numa cultura que aprecia e conviver com Iniesta, que diz ser "especial" para ele.
Já na entrevista à BBC, Bojan dizia: ""Se depois as pessoas disserem "este tipo não é o novo Messi" é verdade. Eu não era o novo Messi".
"Barcelona é a tua casa, o teu lugar"
Um paralelismo entre Bojan e Messi é o sentimento na hora de deixar Barcelona. "Quando tomei a decisão de sair fi-lo com a cabeça e não com o coração. O meu coração dizia "aqui é a tua casa, o teu lugar"", lembrou o agora jogador do Vissel Kobe na já referida conversa com a BBC de há dois anos. "Não sabes que para lá de Barcelona há um mundo muito bonito. Quando abres a porta e vês o que te espera, a princípio ficas assustado. Camisola, adeptos, cultura e mentalidades diferentes. Mas quando dás o primeiro passo, então ficas orgulhoso", sublinhou.