Parecia um milagre, brilhou na Liga Europa, mas escondia fraude financeira

Um tribunal da Suécia condenou Daniel Kindberg, ex-presidente do Ostersund, a três anos de prisão por ter canalizado para o clube quase um milhão e meio de euros de dinheiro dos contribuintes através de um esquema fraudulento, no qual participaram outros dois homens também condenados a penas de prisão.

Kindberg já fez saber que recorrerá da sentença e o Ostersund, numa breve reação, descartou responsabilidades sobre a matéria e a hipótese de poder vir a sofrer consequências, embora uma empresa associada ao clube, e alegadamente envolvida no esquema, tenha recebido, para já, uma multa de quase 50 mil euros.

Segundo a acusação, que o tribunal validou, Daniel Kindberg desviou as verbas de três empresas, uma delas municipal e da qual era diretor executivo. A sentença ontem conhecida obriga-o igualmente, a ele e aos outros infratores, a restituir o dinheiro e proíbe-o de participar em negócios nos próximos cinco anos.

Com Kindberg na presidência (entre 2010 e 2018), o Ostersund operou um verdadeiro milagre no futebol sueco, escalando das divisões inferiores até ao principal campeonato, com subidas sucessivas, em apenas três anos. Ganhou ainda a Taça da Suécia em 2017, o que lhe deu direito a participar na Liga Europa de 2017/18, onde caiu, já depois da fase de grupos, aos pés do Arsenal... mas com direito a uma vitória em Londres nessa eliminatória.

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Na reação à pena estipulada pelo tribunal, o ex-presidente, que curiosamente hoje completa 52 anos, reafirmou a "inocência", criticou o tribunal pela validação das provas apresentadas e disse estar convencido de que ganhará o caso no recurso que prometeu apresentar. Lamentou também os efeitos colaterais que o julgamento acarretou para familiares e também para o Ostersund, que se viu envolvido numa teia de suspeitas por conta deste processo finalizado ontem em primeira instância.

Fundado em 1996, o Ostersund chegou à I divisão sueca, onde ainda se mantém, em 2016.