Serie A foi a liga mais afetada no contexto pandémico de 2020, enquanto a Bundesliga demonstrou maior robustez. Impacto total no futebol demorará a ser conhecido
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Os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus originou uma perda de três mil milhões de euros em receitas nas cinco maiores ligas europeias durante a época 2019/20, diz um estudo anual da Deloitte, centrado, na maioria dos objetos estudados, em três meses.
Este avultado prejuízo financeiro, influenciado pelas transmissões televisivas, pelos patrocínios estabelecidos e receitas obtidas em dias de jogo, exposto num relatório divulgado esta quinta-feira, representa uma queda de 3,7 mil milhões de euros em relação a 2018/19.
Nessa anterior temporada - pré-pandémica -, as receitas totais alcançadas pelas ligas inglesa (Premier League), espanhola (La Liga), italiana (Serie A), alemã (Bundesliga) e francesa (Ligue 1) atingiram um valor total de 28,9 mil milhões de euros.
Em 2019/20, a Serie A foi a liga mais afetada pelo impacto da pandemia, tendo uma queda de 18% nas receitas, ou seja, de 2,1 mil milhões de euros - ausência de público impediu, por si só, um encaixe de 50 milhões de euros -, seguindo-se a Ligue 1 com 1,6 mil milhões de euros de prejuízo global (16%).
No meio da "tempestade" viral, a Bundesliga foi quem demonstrou maior capacidade de resiliência e robustez, ao ser a liga que menos receitas perdeu nessa temporada marcada pelo contexto pandémico (137 milhões de euros), sendo o principal fator a não venda de bilhetes.
Em reação ao estudo apresentado pela Deloitte, Dan Jones, sócio e chefe do grupo de negócios desportivos da empresa, admitiu que o verdadeiro impacto no futebol europeu, causado pela pandemia, demorará a ser descortinado na totalidade.
"Levará vários anos até que o impacto financeiro geral da pandemia covid-19 no futebol europeu seja conhecido. Estamos a começar a ver a extensão da pandemia nos clubes europeus. Deve-se notar que, desde a pandemia que atingiu a Europa, a análise neste estudo centra-se no exercício financeiro de 2019/20. Portanto, representa apenas, na maioria dos casos, três meses de impacto da Covid", afirmou o responsável.