O PAN também quer que se condenem os "crimes contra o ambiente" e a FIFA pelo processo de atribuição do Mundial.
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O PAN propôs esta sexta-feira que o presidente da Assembleia da República e o Governo não se façam representar no Campeonato do Mundo no Catar e condenem "as violações dos direitos humanos" cometidas para a concretização do torneio.
O desafio consta de um projeto de resolução entregue hoje no parlamento, no qual a deputada única do PAN, Inês Sousa Real, propõe que Augusto Santos Silva e o executivo de António Costa não se façam representar no Mundial de 2022 do Catar.
Em simultâneo, a porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza pede ao Governo e ao presidente do parlamento português que condenem "as violações de direitos humanos no Catar, nomeadamente a exploração laboral, os direitos das mulheres e da comunidade LGBTI+".
O PAN também quer que se condenem os "crimes contra o ambiente" e a FIFA pelo processo de atribuição do Mundial.
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O Mundial de 2022 no Catar está envolto em polémica desde que várias reportagens revelaram que milhares de trabalhadores migrantes estavam a viver em condições desumanas e em regimes de quase escravidão para construir os estádios que vão acolher o torneio.
"O Catar é um país onde a homossexualidade é punida com pena de prisão entre um e três anos, o sexo fora do casamento também é punido com flagelação, ou pena de morte e mulheres que denunciem que foram violadas podem ser acusadas por sexo consensual", sustenta o PAN no projeto de resolução.
No que diz respeito às mulheres, "impera a tutela masculina, atribuída geralmente ao marido, pai, irmão, avô ou tio, precisando de autorização do tutor para tomar decisões relativamente à gestão da sua vida. As mulheres divorciadas estão impedidas de ficar com a guarda dos filhos".
Ainda assim, completa Inês Sousa Real, "e apesar de todas as violações de direitos humanos, o Presidente da República, o residente da Assembleia da República e o primeiro-ministro pretendem deslocar-se ao Catar para assistir ao jogo da Seleção Nacional no Mundial no dia 24 de novembro", algo que o PAN diz ser "incompreensível".
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