Ozil explica foto polémica, critica Federação e diz adeus à seleção alemã
Alemão mostrou-se magoado e explicou os motivos que levaram ao fim da carreira internacional.
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Mesut Ozil não vai voltar a jogar pela Alemanha. O médio, que foi muito criticado durante a campanha da Mannschaft durante o Mundial'2018 - onde a campeã do Mundo em 2014 não passou da fase de grupos -, diz-se magoado com a Federação e explicou, num longo comunicado, os motivos que levaram à decisão de abandonar a seleção.
Tudo começou com uma fotografia de Ozil e Erdogan, presidente da Turquia, numa altura em que este se encontrava em campanha eleitoral. A imagem deixou o alemão debaixo de fogo no seu país, dando azo ao debate em torno da integração dos filhos de imigrantes na Alemanha. O "racismo" de que foi vítima, refere Ozil, é um dos principais motivos que explicam o adeus à seleção.
"O que mais me frustrou nos últimos meses foi o tratamento que recebi da Federação alemã, e em particular do presidente da Federação, Reinhard Grindel. Depois da fotografia que tirei com o presidente Erdogan, foi-me pedido por Joachim Low que encurtasse as férias e regressasse a Berlim para emitir um comunicado a esclarecer toda a polémica. Quando tentei falar com Grindel sobre a minha herança cultural, sobre a minha história, ele estava mais interessado em falar sobre as suas crenças políticas", começou por dizer, antes de acrescentar:
"Não vou continuar a ser um bode expiatório para a incompetência de Grindel. Sei que me queria fora da equipa depois daquela fotografia e disse isso mesmo nas redes sociais, mas Joachim Low defendeu-me. Aos olhos de Grindel, sou alemão quando vencemos e um imigrante quando perdemos", atirou.
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"O tratamento que recebi por parte da Federação alemã faz com que não queira vestir mais a camisola da seleção. Sinto-me indesejado e sinto que tudo o que conquistei desde a minha estreia, em 2009, foi esquecido. (...) É com pesar que anuncio que, devido a estes eventos, não vou voltar a jogar pela Alemanha a nível internacional, pelo menos enquanto tiver este sentimento de racismo e desrespeito", rematou.