As projeções são feitas, para já, à base de especulações, mas esta fornada que sai da Liga das Nações pode garantir o defeso mais rentável. Seleções têm sido uma mina para clubes e... para a Federação.
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A fase final da Liga das Nações só contemplou dois jogos para cada equipa, mas é possível que o valor das transferências dos jogadores que estiveram na cidade do Porto ultrapasse a quantia transacionada com os passes dos campeões europeus no defeso de 2016.
Os campeões europeus de 2016 geraram cerca de 153 milhões de euros no defeso e esse valor pode ser batido este verão, à boleia de Bruno e Félix.
Naquele ano, conforme se pode observar no quadro em cima, nove jogadores trocaram de camisola por 138 milhões de euros, com a ressalva de uma das transferências mais elevadas, a de Renato Sanches para o Bayern, por 35 milhões de euros, se ter consumado ainda em maio, antes do Euro.
Já no que toca à geração atual, com a certeza de que, por enquanto, estamos no terreno da especulação, só Bruno Fernandes e João Félix, em conjunto, podem gerar 190 milhões de euros. Para isso, é necessário que se concretizem as notícias que colocam o médio do Sporting na rota da Premier League - o Manchester City não passou dos 55 milhões e os leões fixam o preço em 70, com Tottenham e Manchester United também no radar. Bruno, que foi titular com Suíça e Holanda, tem sido constantemente bombardeado com perguntas sobre o seu futuro e não fecha portas - o Inter foi o clube mais recente a ser-lhe associado.
No caso do avançado do Benfica, Luís Filipe Vieira remete os contactos dos clubes interessados para a cláusula de 120 milhões de euros e João Félix admitiu que ia "resolver a vida" depois da Liga das Nações. Apesar de o benfiquista já estar de férias em Ibiza, estimava-se que, esta semana, houvesse desenvolvimentos.
O quadro é semelhante na seleção holandesa, aqui já com carimbo oficial: o médio Frenkie de Jong foi assegurado pelo Barcelona por 75 milhões de euros. João Mário bateu o recorde do grupo de 2016.
Espera-se, assim, que os próximos dias acrescentem novidades, que não se devem ficar por estes dois jogadores, os portugueses mais badalados nas notícias do mercado de transferências, mas longe de serem os únicos: Mário Rui ou Rúben Dias são outros dois exemplos e até se pode "repescar" André Silva, autor de três golos em quatro jogos na fase de grupos e que falhou a final-four por lesão.
Na verdade, as provas de seleções, que valorizam os futebolistas testados em contextos competitivos mais exigentes, são minas para clubes e até mesmo para a Federação Portuguesa de Futebol, que desde 2000 já faturou quase 140 milhões de euros em prémios (ver quadro).
Diga-se de passagem que se desenha um quadro semelhante na seleção holandesa, mas já com carimbo oficial: em janeiro, o Barcelona contratou ao Ajax o médio Frenkie de Jong por 75 milhões de euros. Outro pilar do Ajax, o central Matthijs de Ligt, 19 anos, eleito melhor jogador jovem da fase final, também promete aquecer o mercado: está avaliado em 70 milhões de euros.
Portugal não falha uma fase final desde o Euro"2000 e os prémios pagos por UEFA e FIFA renderam cerca de 137 milhões de euros à FPF. A vitória na Liga das Nações (4,5 milhões pela presença na final-four, mais seis pelo triunfo) ainda valeu menos do que o último Mundial, que ficou um pouco aquém das expectativas.
Em 12 anos, o prémio pelas meias-finais de um Europeu mais do que duplicou e o recorde remonta, naturalmente, à vitória em 2016, valor que, curiosamente, até ficou pouco acima do prémio pelo Mundial"06.
Portugueses em maioria
A conquista da Liga das Nações teve peso na hora de a UEFA escolher o melhor onze da prova. A Seleção Nacional colocou cinco representantes nesta equipa, mais um do que o outro finalista, a Holanda.
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