"O Sporting teve o Gyokeres, como o Benfica teve o Gonçalo Ramos e o FC Porto o Taremi..."

Silas aborda o passado em Alvalade e o que aprendeu com passagem algo fugaz pela ribalta.

Antigo técnico leonino recorda jogadores potenciados em 28 jogos pelo Sporting, dos ensinamentos que ficaram. Ideias como treinador seguem fiéis a um futebol criativo e de ataque.

Ainda recorda quem mais potenciou no Sporting?
-Dessa temporada, foco-me nos casos do Luís Maximiano e do Jovane, pois  foram aqueles jogadores que tiverem um maior crescimento connosco. Outro a destacar seria o Bruno Fernandes, mas já estava a um nível muito alto!

Falar de Coates, Acuña e Bruno Fernandes. De que forma foram importantes todos eles para o Silas?
-Todos eles foram importantes, porque cada um à sua maneira nos tentaram ajudar e ajudaram a crescer como treinadores, mesmo que talvez não se tenham apercebido. Somos gratos pela experiência.

Agora que terminou o ciclo do Coates, é melindroso para o Sporting?
-Acredito que o Sporting se foi preparando aos poucos para este momento, mesmo sendo alguém tão importante nos êxitos recentes. Nada dura para sempre e todas as equipas têm de se ir renovando. Foi um assunto do foro pessoal do Coates que levou a este desfecho, mas mais cedo ou mais tarde ia acabar por acontecer.

Acha que pode regressar um dia e fazer um trabalho diferente no Sporting?
-No Sporting da minha altura todos nós eramos pouco experientes e que hoje  todos somos muito mais fortes. Mas não penso a longo prazo, porque tudo acontece muito rápido e temos que nos focar no dia a dia e no imediato.

Há hoje um técnico díspar nas ideias e no processo ?
-Nas ideias sigo o mesmo e muito criativo, a gostar de um futebol de ataque, mesmo quando não temos a bola! Mas há claramente um treinador diferente no processo, porque senti necessidade de mudar algumas coisas, para poder meter em prática o que tinha na cabeça.  Considero que dei um salto grande! 

Como olha para o último Sporting e o peso de Gyokeres? 
-Ter um jogador que faça acima de 25 ou 30 golos por época significa dar valor a muita coisa que a equipa faz até à zona de decisão. O Sporting teve o Gyokeres, como o Benfica teve o Gonçalo Ramos há dois anos, e o FC Porto o Taremi há três. Fez a diferença por ser um valor acrescentado à equipa! Se a este se somam outras capazes de fazer 10 ou 15 golos por época, o normal é essa equipa ser campeã. Numa prova de regularidade, um avançado com estas caraterísticas, ajuda muito no objetivo do título. Quem não tem fica com vida mais difícil. O volume ofensivo nem sempre é suficiente e, depois, não existir um avançado eficaz a concluir o processo.