"O Ramadão prejudica os jogadores? Benzema é o melhor quando o celebra..."
Samir Nasri considerou que atualmente dá-se uma atenção muito superior aos atletas muçulmanos que cumprem jejum nesta altura do calendário.
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Samir Nasri, antigo internacional francês que passou por clubes como o Marselha, Arsenal e Manchester City, defendeu esta segunda-feira que os atletas muçulmanos recebem atualmente muita mais atenção mediática quando atravessam o Ramadão, que este ano é celebrado de 22 de março a 21 de abril.
O antigo médio ofensivo, de 35 anos, referiu ao programa francês "Canal Football Club" que esta é uma questão privada e que não devia ser alvo de escrutínio público, acrescentando que o jejum associado à prática não prejudica o rendimento em campo, dando Karim Benzema como exemplo.
"Por que é que querem saber se cumpro o Ramadão? No meu tempo, não me perguntavam isso. Hoje em dia, isso tornou-se num debate da sociedade. Estamos num país laico e a religião deve permanecer numa esfera privada. Toda a gente sabe que é o período do Ramadão e quem são os jogadores muçulmanos. As pessoas vêm os jogos e se esses jogadores forem menos eficientes, tirem-nos, só isso. Por que é lhes vão perguntar se estão a cumprir o Ramadão? A postura mudou, por ser Ramadão as pessoas começam a olhar para ti de forma diferente", começou por apontar.
"[Pedir aos jogadores para não fazerem jejum] Não devia acontecer. Vamos chegar ao pé de todos os católicos e perguntar quem celebra a Páscoa também? Benzema é o melhor quando celebra o Ramadão. Vamos falar sobre isso também? Toda a gente tem a sua opinião. Os jogadores também são motivados pela sua fé, as pessoas não se apercebem disso. Alguns comem McDonald's e marcam hat-tricks, não tem lógica", completou Nasri, que terminou a carreira em 2020.
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