Após época pouco feliz em Itália, o internacional português foi cedido ao Sevilha e após o bis ao Real Madrid é o líder dos marcadores em La Liga. Vincenzo Montella destaca força e talento do jogador
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André Silva chegou em agosto ao Sevilha, após este acertar com o AC Milan um empréstimo de uma época com opção de compra. E, é caso para dizer, foi chegar e vencer. Na estreia em La Liga, contra o Rayo, fez um hat trick - algo que nenhum jogador conseguia desde Romário, em 1994. No passado domingo voltou a faturar, contra o Levante, e anteontem somou um bis na épica vitória, por 3-0, do Sevilha sobre o Real Madrid. Seis golos em seis rondas e liderança no prémio Pichichi.
Uma enorme diferença de rendimento em relação a 2017/18, quando chegou ao AC Milan e onde só foi 18 vezes titular em 40 utilizações, faturando dez golos, dois apenas na Serie A. Para entender o que mudou, O JOGO falou com Vincenzo Montella, o primeiro treinador do internacional luso nos rossoneri e que orientou depois o Sevilha entre 28 de dezembro de 2017 e 28 de abril de 2018.
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Ora, o técnico italiano garante que nunca teve dúvidas da qualidade de André Silva enquanto avançado e que, por isso, não está surpreendido com o seu êxito, justificando: "O único problema do André em Itália foi a falta de tempo para se adaptar a um campeonato diferente, a uma nova forma de jogar, com marcações mais cerradas. Tinha e tem grandes qualidades. Ele é um jogador forte, que chegou muito jovem ao Milan. Mas, comigo, fez boas exibições na Liga Europa e vários golos", sublinhando: "Na Serie A há muito menos espaço para os avançados, por isso necessitava de um maior período de adaptação, o qual estava a decorrer de forma natural." Questionado sobre se o Milan deverá recuperá-lo, Montella insiste: "Tem o potencial para triunfar em Itália, mas se vai voltar não sei, não tenho esse poder de decisão."
"O único problema do André em Itália foi a falta de tempo para se adaptar a um campeonato diferente, a uma nova forma de jogar, com marcações mais cerradas. Tinha e tem grandes qualidades"
Tendo treinado o Sevilha, o técnico italiano aponta as diferenças entre os campeonatos espanhol e italiano que beneficiam André Silva. "Em Espanha joga-se com mais espaço e em terrenos mais adiantados. Por isso, torna-se mais fácil ele impor o talento que tem. Estamos a falar de um jogador jovem, que também terá crescido este ano. Já esperava que pudesse dar-se bem no Sevilha."
Apontando a "impressionante força física" como um dos pontos fortes do dianteiro formado no FC Porto, Montella augura grande futuro a André Silva. "Tem grande margem de progressão e, pela boa técnica que possui, pode e deve melhorar na finalização." A terminar, perante a perspetiva de num curto/médio prazo Cristiano Ronaldo (33 anos) deixar a Seleção Nacional, admite: "Pela idade e talento que tem, sendo um jogador muito diferente do Cristiano que tem outros atributos, poderá ser a grande referência atacante de Portugal e o grande goleador da equipa."