"O que a Argentina passou há uma década é o que está a acontecer no Brasil"
Diego, antigo médio do FC Porto, defende ainda que Vinícius Júnior merece vencer a próxima edição da Bola de Ouro e que Endrick, apesar dos seus 17 anos, está pronto para assumir a titularidade na seleção canarinha
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Diego, antigo internacional brasileiro que representou o FC Porto, entre 2004 e 2006, comentou esta quinta-feira a atualidade da sua seleção, que arrancou a Copa América com um empate sem golos com a Costa Rica, num Grupo D atualmente liderado pela Colômbia, que venceu o Paraguai (2-1).
Em entrevista ao jornal AS, o antigo médio, de 39 anos, começou por refletir sobre o momento atual do “Escrete”, considerando que a seleção atravessa um período de transição idêntico à que a campeã em título Argentina, também vencedora do Mundial’2022, passou há uma década.
“O Brasil e a Argentina são duas equipas muito fortes. O Brasil é cinco vezes campeão mundial. Não é preciso falar do peso que tem esta camisola, o que se está a passar agora é um processo natural. As seleções passam por momentos de dificuldade, de mais confiança, de menos confiança, de transição, de saídas de veteranos e chegadas de jovens promessas. O que a Argentina passou na década passada é o que está a acontecer agora no Brasil”, assegurou, deixando ainda assim um voto de confiança à canarinha.
“Eles vão ter sempre uma expectativa muito alta, porque têm muita qualidade e muitas opções para fazer uma equipa forte. Eu tenho a Argentina como uma das favoritas e o Brasil, naturalmente, também. Depende do momento que vivam, mas são duas seleções que, apesar de estarem mal nestes períodos, são sempre candidatas a ganhar qualquer torneio que disputem”, vincou.
Nesse sentido, Diego garantiu que Endrick, jovem avançado que vai reforçar o Real Madrid em julho, quando celebrar 18 anos e que foi suplente utilizado diante da Costa Rica – entrou aos 69 minutos - está preparado para assumir a titularidade na seleção orientada por Dorival Júnior.
“Creio que Endrick está pronto para ser titular, caso Dorival assim o decida. Em todos os jogadores, os resultados falam mais alto do que a idade, independentemente da que tenham. Nos últimos jogos, Endrick jogou muito bem. Vem de jogar numa equipa que pressiona muito, como o Palmeiras e o que jogar é mais importante do que a sua idade. Se o selecionador achar que o Endrick dá em campo é suficiente para ser titular, ele tem de o ser. Não importa se tem 17, 18 ou 30 anos, se está bem, tem de jogar, mas a última palavra é do selecionador”, defendeu.
De resto, Diego, que venceu duas Copas Américas na sua carreira (2004 e 2007), não teve dúvidas em apontar o compatriota Vinícius Júnior como o justo vencedor da próxima edição da Bola de Ouro, depois de uma época em que o extremo do Real Madrid conquistou a Liga dos Campeões - foi eleito o melhor jogador da competição - e ainda a LaLiga.
“Sim, Vini merece a Bola de Ouro pelo que tem feito. Não só individualmente, coletivamente também. É um jogador que está pronto para ser o líder. Superou muitas dificuldades e no final brilhou como pessoa e como jogador. Teve resultados muito bons no Real Madrid e em termos individuais. Está pronto para ser o líder do Brasil. Seguramente que vai jogar muito bem sem Neymar, mas quando estiver Neymar, ainda será melhor. Os bons jogadores ajudam-se entre eles e quando eles estiverem juntos, serão imparáveis”, concluiu.
O Brasil, que está privado de Neymar na Copa América devido a lesão, vai jogar com o Paraguai na madrugada de sábado (2h00), na segunda jornada do Grupo D.