O plano do Brexit para limitar estrangeiros na Premier League: os portugueses e as exceções à regra
The Times fala numa proposta da Federação inglesa que será discutida esta semana pela Premier League.
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Os clubes da Premier League vão ser obrigados a assegurar que pelo menos metade do plantel é formado em Inglaterra. A informação é avançada esta terça-feira pelo jornal The Times e insere-se no plano da Federação inglesa (FA) para lidar com o Brexit, que tenta a saída de Inglaterra da União Europeia. A proposta, que visa reduzir para 12 o número de estrangeiros num plantel de 25 jogadores, será apresentada esta semana aos 20 clubes.
Segundo o The Times, o sempre crescente número de estrangeiros e a pouca aposta nos talentos formados em Inglaterra - apenas 62 em 220 jogadores ingleses foram titulares nos jogos do último fim de semana - explicam, em parte, a decisão da FA, que pretende também aumentar o valor de mercado dos jogadores ingleses. O Chelsea é, aliás, dado como exemplo pelo The Times: nenhum dos sete jovens formados no clube foram opção para Sarri no fim de semana, sendo que o clube é acusado de segurar Victor Moses e Gary Cahill apenas para cumprir a quota de jogadores "homegrown" (jogadores que passaram pela formação de clubes ingleses ou galeses entre os 16 e os 21 anos).
No entanto, há casos e casos. O Manchester United, que conta com 14 jogadores estrangeiros no plantel, não estaria em risco, uma vez que dois dos jogadores estrangeiros do plantel - Romelu Lukaku e Paul Pogba - fizeram parte das academias de formação em Inglaterra. Eric Dier, por sua vez, estará em risco no Tottenham, uma vez que fez a sua formação no Sporting.
Resumidamente, há cinco clubes ingleses em apuros caso as intenções da FA se concretizem. O Manchester City, por exemplo, tem 17 jogadores estrangeiros no plantel - entre eles o português Bernardo Silva -, sendo obrigado a cortar para 12 esse número. No mesmo barco estão Tottenham, Brighton, Huddersfield e Watford, todos com 17 jogadores, enquanto Chelsea, Liverpool, Fulham e West Ham contam com 16 estrangeiros nas suas fileiras. O Arsenal tem 15, Manchester United e Newcastle 14, e 13 no Leicester.
Dentro das novas normas estão Crystal Palace e Wolves (12), Southampton (11), Everton (10), Cardiff (sete), Burnley (seis) e Bournemouth (cinco). Caso as regras entrassem hoje em vigor, a armada portuguesa dos Wolves, que conta com Rúben Neves, João Moutinho, Diogo Jota, Rui Patrício, Rúben Vinagre, Hélder Costa e Ivan Cavaleiro, estaria a salvo.