Antigo jogador do Cagliari admitiu ter deixado a Sardenha e Itália devido ao racismo.
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Fafa Picault recordou a passagem pela formação do Cagliari, onde jogou entre 2006 e 2011, e agora com 29 anos, admitiu ter deixado Itália devido ao racismo.
"Há diferentes formas de racismo", começou por dizer o avançado norte-americano através do Facebook. "Eu lidei com o problema em diferentes balneários e em diferentes estádios. Quando fui para Itália tinha uns 16 anos e com 17 passei à equipa principal. Treinava com a equipa principal e com a de reservas. E o nosso treinador da equipa de reservas foi uma das piores pessoas que já conheci", continuou.
"Todos os dias tinha de o ouvir chamar-me macaco ou dizer-me que eu tinha de voltar para a selva em África, que os jogadores negros não têm técnica e que apenas sabem correr. Dizia-me que me tinham contratado porque corria muito. Ele não me contratou, quem o fez foi o presidente, mas dizia-me que me tinham comprado apenas para correr. Quando treinávamos dizia sempre coisas horríveis. Por exemplo, se eu dissesse a um jogador mais novo para fazer alguma coisa ele dizia-me 'não, faz tu porque és preto'", contou o jogador que agora compete no FC Dallas, da MLS.
Fafa Picault recordou ainda os autocolantes "com macacos no cacifo", quando ia treinar com a equipa principal duas vezes por semana.
Recorde-se que os adeptos do Cagliari chegaram aos jornais internacionais nos últimos anos devido a insultos racistas a Blaise Matuidi, Moise Kean e Romelu Lukaku.