O discurso emocionado de Bellerín: "Não sei se poderia desfrutar do Mundial..."
Lateral do Barcelona ficou de fora dos eleitos da Espanha e, ao receber um prémio da GQ, até agradeceu. Recordou as vítimas das obras dos estádios e falou da sociedade e da humanidade, num discurso muito ovacionado
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Héctor Bellerín, lateral-direito do Barcelona, tem somado poucos minutos nos catalães e isso custou-lhe a presença no Mundial do Catar pela seleção espanhola. Embora triste por ficar de fora, reconheceu os sentimentos contraditórios caso estivesse com La Roja no Catar, num discurso ao receber um prémio da revista GQ que foi muito ovacionado.
"Estou aqui com sentimentos contraditórios. Estar aqui significa não estar no Catar, não estar na seleção. Não poder formar parte disso entristece-me. Mas uma parte de mim fica contente. Não sei se poderia desfrutar da carga de 6.500 pessoas que morreram no processo... É simplesmente um Mundial de futebol, não é. Mas pessoas de países como Bangladesh ou Paquistão, na maioria homens de 30 a 40 anos que o único que procuravam era uma vida digna para eles e as suas famílias. No final o futebol é o reflexo da sociedade, da avareza, do egoísmo, não há limites. Continuamos a dar voz a essas coisas que nos separam, que levam à desigualdade. A única forma de acabar com esta barreira, de seguir em frente, é procurar em nós a humanidade, a empatia, o amor, o acreditar nas nossas comunidades. Que numa sociedade tão polarizada como a nossa, que nos deixemos de ver pelas nossas condições e ideias e nos começos a ver pelo que somos, somos pessoas. Muito obrigado", disse o espanhol do Barcelona.
Héctor Bellerín tras ser premiado por la revista GQ.
- El Partido de la Una (@PartidodelaUna) November 18, 2022
"Una parte de mí que se alegra de no ir al Mundial. No sé si podría disfrutar con la carga de las 6500 personas que murieron allí. El fútbol es ejemplo de nuestra sociedad, de la avaricia...
@GQSpain pic.twitter.com/YhGiSNe97D
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