O dia em que Mourinho pediu desculpa aos jogadores do Inter e uma "mentira"
Treinador português falou sobre os dois anos que passou em Milão e a "família" que encontrou no clube.
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Os dois anos que passou ao leme do Inter foram dos melhores da carreira de José Mourinho. Quem o diz é o próprio, que, em entrevista à Gazzetta dello Sport, recorda a "família" que encontrou em Milão e com que ainda agora mantém contacto.
"Eu já tinha vencido uma Champions [no FC Porto]. Costumava pensar primeiro em mim e só depois nos outros. No Inter nunca foi assim. Numa família, quando te tornas num pai, percebes que há alguém que é mais importante do que tu e passas para o segundo lugar. Ainda no outro dia falei com o Alessio. No tempo em que lá estive, ele era o motorista. Onde é que isto acontece? Um treinador sai e, dez anos depois, ainda fala com o motorista... Em lado nenhum. É isso que o Inter é para mim, são as minhas pessoas", afiançou o treinador português, que até lembrou um episódio em que acabou a pedir desculpa... aos jogadores.
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"Nunca sou falso, sou sempre eu, é assim que funciono. Também fui duro, mas era mesmo assim. Depois de uma derrota em Bérgamo [3-1, em janeiro de 2009], fui muito violento com os jogadores, disse-lhes que tinham vencido o Scudetto das péssimas exibições. Percebi que os magoei, mas só depois pensei nas coisas que já tinham sido feitas antes. Então, pedi desculpa", contou Mourinho, que aproveitou a entrevista para "destruir" um mito sobre a saída do Inter para o Real Madrid, em 2010:
"Se tivesse voltado com a equipa para Milão [após a final de Madrid], com a equipa à minha volta e os adeptos a pedirem-me para ficar, talvez nunca tivesse saído. Não assinei pelo Real Madrid antes da final com o Bayern. Alguém disse que o Real tinha estado no nosso hotel antes do jogo, mas é mentira", assegurou o técnico, agora ao leme do Tottenham.