Relatórios serviram para o clube poupar no preço da saída do astro argentino. "A casa dele parecia o El Corte Inglés, com tanta gente a sair e a entrar", relata.
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O portal espanhol VozPopuli entrevistou um indivíduo que identifica como antigo detetive ao serviço do Sevilha com o encargo de vigiar os movimentos de Diego Armando Maradona, em 1992.
Uma das partes mais interessantes da conversa é quando narra a atividade na casa do jogador: "Parecia o El Corte Inglés [cadeia de compras]: com gente sempre a entrar e a sair".
"Charlie", nome de código do detetive, tinha 25 anos quando ficou encarregado da vigilância ao astro argentino, falecido há poucos dias: "Maradona entrou na minha vida um pouco sem querer", começa por dizer.
Este indivíduo acabou contratado porque tinha uma mota relativamente potente e o principal detetive contratado pelo emblema espanhol não tinha viatura com cilindrada suficiente para acompanhar o Porshe de Maradona: "Contratou-nos porque éramos uma agência de jovens e precisava de alguém com uma mota". E recorda as acelerações de Diego: "Chegava aos 190 kmh com facilidade".
Maradona tinha, então, 32 anos e chegara a Sevilha carregando o estatuto de lenda em Nápoles. Mas também vinha a ressacar de um longo período de drogas, sexo desmedido e 15 meses de suspensão por doping. Convém recordar que o treinador do Sevilha era o seu compatriota e amigo Carlos Salvador Bilardo.
"A sua casa era como o El Corte Inglés: contávamos 18 a 20 italianos e argentinos a sair e a entrar", recorda, confirmando que até as matrículas dos visitantes apontava: "Tenho 30 anos disto e sei bem que tipo de gente era aquela. Aquilo era um desastre".
A espionagem acabou por ser rentável para o Sevilha, na altura de fechar as contas com Maradona, refere "Charlie": "Quando acabou o contrato, disseram-lhe: temos isto e isto e isto. Não foste treinador por isto e por aquilo. E assim pouparam 150 milhões de pesetas". Ou seja, os seus relatórios serviram para os descontos no acerto de contas entre o clube e Maradona, que até devia ter ficado mais um ano, quis cobrá-lo por inteiro, conforme estava no contrato, mas acabou por sair mais cedo e sem indemnização, já que a direção do emblema espanhol estava descontente com os seus serviços e tinha provas dos porquês.
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