Declarações de Roberto Martínez na sala de Imprensa, após o triunfo de Portugal, por 3-0, na receção à Bósnia
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Rafael Leão ficou de fora. Opção ou questão física? "Tem a ver com a planificação, um plano para dois jogos em 72 horas. Não precisávamos do jogo do Rafael depois do primeiro golo e da forma que o jogo desenrolou."
Como vê um estádio a assobiar o Otávio e há três meses o João Mário? "É difícil para mim como selecionador ver um jogador que não tem o apoio dos nossos adeptos. Hoje foi o ambiente mais espetacular que vi para uma seleção. Mas acho que um conceito de rivalidade, mais do que um jogador, não ajuda a criar uma equipa, não ajuda o treinador para fazer uma equipa compacta e ajudar os valores da nossa equipa. Precisamos de perceber que a rivalidade futebolística de Portugal é muito boa, mas quando a seleção joga não é. Jogadores de clubes são jogadores de seleção. Precisamos de entender que é uma situação doente."
Qual o adversário que pode criar mais dificuldades a Portugal? Bósnia, Eslováquia? "A seleção que pode criar mais problemas é Portugal. É muito claro. Precisamos de chegar ao nosso potencial e jogar ao mais alto nível. Bósnia jogou dois jogos fora de casa, é muito forte em casa, acho que ganhará muitos pontos e precisamos de estar ao máximo nível. Não é o adversário, é como podemos crescer e como podemos chegar ao máximo potencial."
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Como viu a partida de Cristiano Ronaldo, que ficou em branco? "O compromisso do Ronaldo com a Seleção é exemplar. É muito fácil de procurar um debate ou uma conversa de que não está na melhor forma. O Cristiano como capitão é um exemplo para estar sempre à disposição da seleção. É um jogador único no futebol mundial, com 199 jogos. É muito importante para os nossos valores no balneário. Acho que a sua atitude hoje foi perfeita, sem bola, sempre sempre a trabalhar, a seguir o plano da equipa. Eu estou muito satisfeito, porque o passe ao Diogo Jota foi um exemplo de um jogador que quer o melhor para a equipa."
Percebemos que Rafael Leão vai jogar contra a Islândia... Haverá muitas mais alterações? "Eu não disse que o Rafael vai jogar na Islândia [risos]. É importante fazer mudanças que são necessárias. Não acho que precisamos de mudanças para fazer mudanças... Acho que precisamos de continuar com o nosso trabalho, a continuar a crescer. Acho que 72 horas é um período muito curto e precisamos de utilizar todos os jogadores, mas não fazer mudanças para fazer mudanças."
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Com a entrada do Rúben Neves, a equipa criou mais dificuldades à linha média da Bósnia e empurrou o Bruno Fernandes para mais perto do golo. Qual a ideia com alteração e como faz a gestão do Bruno Fernandes e do Bernardo Silva, que podem ser muito valiosos atrás? "A partir da segunda parte perdemos o controlo da bola. Vi que precisávamos de reforçar o meio-campo e ter uma penetração mais central do Bruno Fernandes. Uma grande qualidade do nosso balneário é que temos muitas diferentes opções. Hoje ter um jogador como Rúben Neves, que tem uma capacidade dar mais posse de bola, de penetrar de forma central foi o que necessitávamos."
Exibição de Bruno Fernandes, com dois golos: "Quando chegámos ao campo ele era provavelmente o jogador com mais minutos, é um jogador que gosta de jogar, de estar em campo. Ele também gosta de treinar, joga com um sorriso, todos os passes, cada toque, quer fazer as coisas bem e é muito difícil de defender. Hoje foi mais difícil conseguir penetrar no meio campo adversário, e a razão para mover Bruno para a zona central e mais perto do golo foi essa, criar mais oportunidades, ter mais facilidade de penetração. Ele também esteve sempre atento às combinações de Pjanic no meio-campo, mas é um jogador muito inteligente, de classe mundial, fantástico. Não há muitos à volta dele, no mundo inteiro, parecidos com ele."