Novo treinador do Shakhtar: "Não sou um herói por ter decidido voltar à Ucrânia"
Igor Jovicevic substituiu Roberto De Zerbi no comando técnico do emblema ucraniano
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Igor Jovicevic, que já treinou os ucranianos do Karpaty e do Dnipro-1 na carreira, foi o nome escolhido para substituir o italiano Roberto De Zerbi no comando técnico do Shakhtar Donestsk e, este sábado, o técnico croata revelou como tem sido preparada a pré-época do emblema.
De momento, o Shakhtar, que terminou a edição passada da Liga ucraniana na primeira posição - não foi coroado nenhum campeão devido à competição ter sido suspensa - encontra-se em Roterdão, nos Países Baixos, num estágio de pré-época.
Depois de uma passagem posterior pela Eslovénia e por Varsóvia, na Polónia, onde o clube tem estado a treinar, a época do Shakhtar vai arrancar oficialmente no dia 23 de agosto - dia nacional da Ucrânia - numa cidade do país que ainda está por designar.
Questionado sobre se sente medo por jogar num país que está a ser bombardeado de forma contínua desde fevereiro passado, Jovicevic garantiu que todos os cuidados estão a ser tomados para assegurar a segurança de todos, acrescentando que "nem tudo é como o que aparece na televisão".
"Foi uma mudança, porque até há um mês e meio atrás, tudo estava planeado para que a primeira jornada fosse disputada na Turquia. Foi decidido que jogaríamos na Ucrânia de forma a apoiar as pessoas que estão a defender o país. Vamos fazê-lo, sim, em cidades que não estejam em tanto perigo", explicou o técnico, em entrevista ao jornal As.
"Medo? Nem tudo é como aparece na televisão, fazem parecer que as bombas estão a cair por todo o lado na Ucrânia. Existem sirenes que avisam minutos antes das bombas caírem. Não é normal, mas é o que é", acrescentou.
Em jeito de conclusão, Jovicevic rejeitou ser um "herói" por ter decidido voltar à Ucrânia, explicando que todas as condições de segurança estão a ser asseguradas pelas entidades responsáveis.
"Não sou um herói por ter regressado, longe disso. Não estou a ser forçado, foi um desejo voluntário. Estamos em constante contacto com a Federação ucraniana e com a FIFA, de forma a garantir que estamos o mais seguros possível. Conheço o país e tenho uma alma patriota. A invasão chocou-me mas a mesma coisa aconteceu na Croácia, houve uma guerra de 1991 a 1995, mas a partir do segundo ano, o futebol foi praticado nas áreas seguras", finalizou.
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