Prova terá 36 equipas em vez das atuais 32 e haverá dez jornadas, com uma classificação única a determinar quem segue em frente.
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O formato da nova Liga dos Campeões, uma resposta da UEFA aos movimentos para a criação de uma Superliga Europeia, foi ontem, sexta-feira, fechado numa reunião do Comité de Competições do organismo, dirigido por Fernando Gomes, presidente da FPF, que tem sido um dos líderes deste processo de renovação da prova.
Esta era uma necessidade para que o projeto fosse, depois de amanhã, colocado à discussão no Comité Executivo da UEFA, que deverá aprovar as mudanças com efeitos a partir da época 2024/25 e até 2029/30, e com um impacto profundo nos calendários. Serão necessárias mais seis datas para acolher o aumento de partidas - daí que se fale em reduzir os participantes nas ligas nacionais...
Há ainda algumas dúvidas, mas do que já se sabe e O JOGO conseguiu apurar sobressai o facto de a competição crescer em número de participantes - 36 em vez de 32 - e, sobretudo, em quantidade de jogos: dos atuais 125 passa para 225. Ou seja, mais cem partidas que resultam de um acréscimo não só dos participantes (mais dois jogos por ronda), mas também de jornadas - passam a ser dez em vez de seis - e ainda da introdução de um play-off de acesso aos oitavos de final, disputado por 16 equipas que se irão juntar às oito apuradas diretamente.
Modelo competitivo
Se até aqui, e nas próximas três épocas, a Champions contava com oito grupos de quatro equipas, apurando-se as duas primeiras de cada grupo para os "oitavos", no novo modelo os grupos desaparecem. As 36 equipas serão distribuídas, de acordo com o ranking dos clubes, em quatro níveis e cada uma destas irá disputar dez jogos (cinco em casa e outros tantos fora). Segundo revelou a "Marca", a distribuição dos adversários será a seguinte: nível 1 (2 jogos), nível 2 (3), nível 3 (3), nível 4 (2). Terminadas as dez jornadas, será seguida a classificação geral com base nos resultados e eliminados imediatamente da competição aqueles que ficarem situados entre os 25.º e 36.º lugares. Já os oito primeiros seguem automaticamente para os oitavos de final, seguindo-se o tal play-off, em que os colocados entre o 9.º e 16.º lugares defrontam os que ficarem entre o 17.º e 24.º lugares.
Acesso à competição
Quanto ao acesso à competição, nomeadamente o apuramento direto para a prova, as novas quatro vagas ainda não estão cem por cento atribuídas. É seguro que o terceiro classificado do quinto país do ranking de clubes da UEFA passa a entrar diretamente - uma luta onde Portugal pode entrar, dado que ocupa o sexto lugar e até está em quinto se contados só os pontos que vão valer em 2024 - e que vai haver "wild cards" (dois ou três) para equipas que não se qualifiquem via ligas nacionais. A escolha destes clubes será feita com base numa classificação de um ranking histórico nas provas europeias, mas cuja forma de cálculo não está ainda definida, sendo certo que conquistas passadas vão contar para esse cálculo.
Por outro lado, a partir da primeira temporada, as oito equipas que se qualifiquem diretamente para os oitavos de final terão garantida presença na Liga dos Campeões do ano seguinte, façam o que fizeram nos seus campeonatos nacionais.
Face à possibilidade, forte, diga-se, de algumas das principais ligas europeias puderem garantir muitas equipas por vias que não sejam a dos campeonatos, vai manter-se um limite de participantes por países (nesta altura, são cinco). Ou seja, não seria possível, por exemplo, a Inglaterra qualificar os seus primeiros quatro classificados e mais equipas por mérito na Champions e de "wild card" até, por absurdo, um total de sete ou oito clubes.
Prémios monetários
Não são ainda conhecidos os novos prémios previstos para a distribuição no período de seis anos em causa, mas é certo que vão aumentar os valores que os clubes vão receber. Aliás, a distribuição de receitas, obrigatoriamente muito superior face ao incremento de cem jogos, irá também beneficiar os emblemas que não participem na competição. Isto é válido para os que participarem nas eliminatórias, mas também através de mecanismos de solidariedade para as ligas nacionais.